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Cartel mais poderoso da Colômbia deseja se render à Justiça

O Clã do Golfo, a organização destinada ao narcotráfico mais poderosa da Colômbia, comandada por um ex-paramilitar procurado pelos Estados Unidos, está disposta a se submeter às autoridades após quase dois anos de intensa perseguição policial, anunciou o presidente colombiano Juan Manuel Santos nesta terça-feira (5).

Policial colombiano ao lado de um ônibus queimado por membros do Clã do Golfo, Los Urabeños, no bairro de Belen, em Medellín. Colômbia, 01 de abril de 2016.
Policial colombiano ao lado de um ônibus queimado por membros do Clã do Golfo, Los Urabeños, no bairro de Belen, em Medellín. Colômbia, 01 de abril de 2016. RAUL ARBOLEDA / AFP
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No domingo (3) "recebemos do chefe do Clã do Golfo uma manifestação expressa de sua vontade de se submeter à Justiça, com todos os seus homens", afirmou o presidente colombiano Juan Manuel Santos durante discurso na sede do governo. Santos acrescentou que o ministro da Justiça, Enrique Gil, e o procurador-geral, Néstor Martínez, avaliarão a proposta da organização criminosa e "tomarão ações pertinentes".

"Seria uma submissão à Justiça, não uma negociação política", enfatizou o chefe de Estado na véspera da chegada do papa Francisco à Colômbia. Em um comunicado, Martínez esclareceu que "a submissão coletiva de organizações criminosas" não está prevista na legislação colombiana, mas que, uma vez definida a fórmula jurídica, a organização deverá entregar todo o seu patrimônio ilegal junto a cultivos e rotas do tráfico de drogas.

Antigas milícias de direita que combatiam guerrilhas de esquerda

O Clã do Golfo foi formado pelos remanescentes dos grupos paramilitares que combateram as guerrilhas de esquerda que já negociaram a paz, ou estão dialogando com o governo de Santos. A maioria dessas milícias de direita se desmobilizou em 2006, mas alguns dos comandantes se organizaram em novos grupos dedicados ao tráfico de drogas e à mineração ilegal.

Em 2015, a Colômbia, o maior produtor de cocaína do mundo segundo a ONU, lançou uma ofensiva por ar e terra contra o Clã do Golfo nas florestas do noroeste do país. De um exército de quatro mil membros, a organização se reduziu a cerca de 1,8 mil depois dos embates contra as forças de ordem, incluindo a morte, na última quinta-feira (31) de Roberto Vargas Gutiérrez, vulgo "Gavilán" (“Gavião”, em português), o segundo no comando do grupo.

Tráfico de drogas pelas “rotas do Pacífico”

Conhecido anteriormente como Clã Úsuga ou Los Urabeños, a organização controla até 45% do tráfico de drogas destinado aos Estados Unidos por meio das chamadas rotas do Pacífico, por cujos portos saem lanchas carregadas de drogas com destino à América Central e ao México, de acordo com Ariel Avila, especialista da Fundação Paz e Reconciliação.

O Clã do Golfo tornou-se um "cartel que tem um grande poderio militar, consegue administrar grande parte das rotas do narcotráfico e a produção de cocaína e tem boa relação com os mexicanos", acrescentou Avila.

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