Acessar o conteúdo principal
Colômbia

Governo da Colômbia e guerrilha ELN anunciam cessar-fogo bilateral

O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa do país, acertaram nesta segunda-feira (4) um cessar-fogo bilateral. O acordo, que deve entrar em vigor a partir de 1° de outubro, é anunciado às vésperas da visita do papa Francisco ao país.

Os representantes das partes envolvidas estão reunidos para negociações em Quito.
Os representantes das partes envolvidas estão reunidos para negociações em Quito. REUTERS/Daniel Tapia
Publicidade

O cessar-fogo foi acertado durante o terceiro ciclo de negociações de paz que o governo do presidente Juan Manuel Santos e o Exército de Libertação Nacional (ELN) mantêm no Equador desde fevereiro.

A trégua temporária entre o governo da Colômbia e o ELN obriga os rebeldes a interromper aos sequestros, informou o presidente Santos durante um discurso na televisão. Segundo o chefe de Estado, o acordo terá uma vigência de 102 dias, “e será renovado à medida que se cumpra e se avance nas negociações sobre os demais pontos".

A guerrilha também se exprimiu pelas redes sociais: "Sim, podemos! Agradecemos a todas e todos que apoiaram decididamente os esforços para alcançar este #CessarFogoBilateral", indicou a delegação negociadora do ELN no Twitter.

Os rebeldes confirmaram que o cessar-fogo está ligado à passagem do pontífice pelo país. "Dissemos que a visita do papa Francisco deveria ser uma motivação extra para acelerar a busca de acordos, que têm como principais destinatários as comunidades que padecem das consequências lamentáveis do conflito", assinalou o ELN. O chefe da igreja católica já havia apoiado o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Ao contrário das Farc, ELN têm influência religiosa

Enquanto as Farc – já desarmadas e convertidas em um partido político – foram uma organização muito vertical, o ELN tem uma estrutura mais horizontal, com voz própria em cada frente. Presente em uma dúzia de departamentos do país, o grupo teve menor capacidade de fogo que as Farc em todo o território, mas sua base social, composta por milicianos, é mais ampla, segundo especialistas.

Como as Farc, o ELN foi financiado pelo narcotráfico, pela mineração ilegal, a extorsão e os sequestros. Mas ao contrário das Forças Revolucionárias, é marcado por uma influência religiosa que começou um ano após sua fundação, em 1964. Na época, o grupo recém-criado por sindicalistas e estudantes, muitos deles simpatizantes de Che Chevara, uniu-se ao padre colombiano Camilo Torres (1929-1966), seguido por três sacerdotes espanhóis, entre eles Manuel Pérez (1943-1998), que chegou a comandar a guerrilha. Estes religiosos eram expoentes da Teologia da Libertação, corrente da Igreja católica latino-americana que reivindica a luta em favor dos mais pobres.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.