Peru contratará advogados nos EUA para extraditar ex-presidente Toledo
O Peru contratará uma equipe de advogados nos Estados Unidos para conduzir o pedido de extradição do ex-presidente Alejandro Toledo, procurado pela Justiça por suspeitas de ter recebido propinas da Odebrecht, informou o governo.
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"Já avaliamos a possibilidade de contratar advogados, já temos os três nomes dos escritórios que vamos propor ao Conselho de Defesa Jurídica do Estado", disse a ministra de Justiça, Marisol Pérez Tello, ao canal N de televisão.
Pérez Tello assegurou que uma captura em nível internacional não funciona como nos EUA em comparação ao Chile, de onde o Peru também extraditou o ex-presidente Alberto Fujimori.
"Nos EUA, uma ordem de alerta vermelho da Interpol não é uma detenção automática, mas que deve passar primeiro por uma corte para ordenar a detenção", explicou.
Toledo, além disso, "tem visto de residência, motivo pelo qual é necessário remeter os documentos ao homólogo do ministério de Justiça americano", informou.
O peruano reapareceu publicamente na terça-feira (23) durante fórum das Nações Unidas em Nova York sobre associações público-privadas. O fato gerou reclamações da chancelaria do Peru à delegação permanente de Suriname, que organizou o evento e convidou o ex-presidente.
Ex-presidente nega acusações
O ex-presidente de Peru, Alejandro Toledo, negou ter recebido subornos da Odebrecht em troca de licitações de obra pública, caso pelo qual a Justiça de seu de país quer sua extradição dos Estados Unidos.
Toledo, que governou entre 2001 e 2006, é acusado pelo Ministério Público do Peru de ter recibido US$ 20 milhões de dólares por parte do então representante da construtora em Lima, Jorge Barata, em troca da licitação da construção da rodovia interoceânica que une o Peru ao Brasil.
"Nunca na minha vida recebi 10 soles, 1 milhão, muito menos US$ 20 milhões de suborno. Nunca. Sem me avisar ou me comunicar judicialmente, eles me acusam ", disse Toledo em um extrato de uma entrevista que concedeu à rede CNN nos Estados Unidos e que será divulgada em sua totalidade no próximo domingo.
Sobre Toledo pesam duas ordens para extraditá-lo: uma especificamente pelo caso Odebrecht e outra pelo caso Ecoteva, nome de uma empresa 'offshore' que foi aberta na Costa Rica para supostamente lavar o dinheiro do suborno.
Toledo disse que, quando saiu do Peru, não havia nenhuma ordem judicial contra ele. "Não me comunicaram sobre isso e querem uma prisão preventiva sem me escutarem", argumentou. "Não vou para a cadeia sem que escutem a minha versão".
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