Trump revelou informação confidencial para Rússia, afirma Washington Post
O presidente Donald Trump teria revelado uma informação confidencial para o chanceler russo Serguei Lavrov e o embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Serguei Kisliak, durante uma reunião recente na Casa Branca. A notícia foi publicada pelo jornal The Washington Post, nesta segunda-feira (15).
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O caso já está sendo considerado como o novo Watergate, revelado também pelo Washington Post, o que levou à demissão do presidente americano Richard Nixon em 1974. Segundo o jornal, a informação fornecida por Trump, sobre o grupo Estado Islâmico (EI), foi comunicada confidencialmente por um aliado dos Estados Unidos, que não tinha autorização para compartilhá-la com Moscou, detalha o jornal.
Trump "revelou mais informação ao embaixador russo do que a que compartilhamos com nossos próprios aliados", confidenciou ao Post um funcionário do alto escalão do governo americano, que pediu para não ser identificado. Segundo a mesma fonte, a informação tem um das classificações de confidencialidade mais elevadas dos serviços de inteligência americana.
A informação envolve uma ameaça terrorista do grupo EI utilizando computadores portáteis em aviões. O jornal afirma que Trump descreveu detalhes do projeto, mas não os publicou a pedido de membros da cúpula do governo americano.
Em um comunicado emitido mais tarde pela Casa Branca, o novo conselheiro de Segurança Nacional, HR McMaster, que participou da reunião com o chanceler, negou que tenham sido revelados ou discutidos métodos de Inteligência e operações militares “que já não fossem de conhecimento público”. Segundo ele, foram repassadas as ameaças provenientes de organizações terroristas incluindo a aviação".
Presidente tem margem para “desclassificar” documentos
Na quarta-feira passada (10), Trump recebeu o chanceler Lavrov e o embaixador russo em Washington, Serguei Kisliak, no Salão Oval da Casa Branca. Moscou divulgou apenas algumas fotos do encontro, ocorrido a portas fechadas.
A reunião aconteceu um dia depois de o presidente demitir, de forma inesperada, o então diretor do FBI, James Comey, cuja equipe investigava a possibilidade de complô entre a equipe campanha de Trump e um ciberataque russo que beneficiou o então candidato. "Se for verdade, é, evidentemente, preocupante", declarou o senador republicano John McCain à rede CNN.
"Não há como saber o que disse, mas a proteção de segredos da nossa nação é crucial", afirmou Doug Andres, porta-voz do presidente da Câmara de Representantes, o republicano Paul Ryan. O Washington Post lembra, porém, que o presidente americano dispõe de uma ampla margem de manobra para "desclassificar" documentos secretos, sendo, portanto, pouco provável que tenha violado a lei.
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