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Venezuelanos destroem estátua de Chávez e mantêm protestos contra governo

A oposição venezuelana não relaxa e neste final de semana mantém a pressão nas ruas contra o presidente Nicolás Maduro, mesmo com o aumento da violência que deixou 36 mortos em pouco mais de um mês protestos. As manifestações têm terminado com saques e distúrbios e nesta sexta-feira mais um jovem morreu.

Estudantes também participam da onda de protestos na Venezuela. Foto de 30/04/2107.
Estudantes também participam da onda de protestos na Venezuela. Foto de 30/04/2107. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Hecder Lugo Perez, de 22 anos, foi morto depois de ter sido atingido por um tiro em Valencia, noroeste do país, onde foram registrados confrontos entre opositores e as forças de segurança. A informação foi revelada pela equipe médica do local onde foi atendido e confirmada pelo prefeito da cidade. Houve também saques em várias lojas. Com medo de novos episódios de violência, moradores fazem estoques de água, comida e combustível.

A sexta-feira também foi marcada pela violência em Rosario de Perijá, no oeste do país. Vídeos divulgados em redes sociais mostram estudantes do ensino médio derrubando uma estátua do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013) em uma praça e depois moradores destruindo o monumento diante de uma multidão. 

Os opositores preparam para este sábado (6) uma marcha de mulheres que - vestidas de branco - tentarão chegar à sede do Ministério de Interior, no centro de Caracas, para exigir o fim do que denunciam como uma "selvagem repressão".

Os protestos acontecem em meio ao colapso econômico que gera uma severa escassez de alimentos e medicamentos, e a inflação mais alta do mundo, que teria chegado aos 720% em 2017, segundo o FMI. Mais de 70% dos venezuelanos, segundo pesquisas não oficiais, rejeitam a gestão de Maduro.

Reforma na Constituição

A oposição exige a convocação de eleições-gerais. No entanto, Maduro apresentou na quarta-feira ao Poder Eleitoral o decreto de convocatória de uma Assembleia Nacional Constituinte, que segundo seus adversários, busca driblar as eleições de governadores e prefeitos este ano e as presidenciais em 2018. A oposição assegura que essa iniciativa consolida o "golpe de Estado".

*Maduro justificou a decisão como uma iniciativa para reconciliar o país e frear o que considera uma "ofensiva da direita opositora". Segundo Maduro, seu projeto visa reforçar a Constituição impulsionada por Hugo Chávez e aprofundar a "revolução". Ele promete uma Constituinte "popular" e não de "elites ou partidos".

A procuradora-geral, Luisa Ortega, chavista assumida, condenou a repressão dos protestos e a proposta de Maduro de reformar a Constituição, em uma recente entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal.

O lider da oposição, Henrique Capriles, denunciou que 85 militares, entre eles, jovens sargentos e capitães, foram detidos por discordar da "repressão" aos protestos. Nenhuma autoridade comentou o fato.
 

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