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Incêndio mata pelo menos 19 em abrigo para vítimas de maus-tratos na Guatemala

Pelo menos 19 pessoas morreram nesta quarta-feira (8) durante um incêndio em um abrigo para vítimas de maus-tratos familiares, depois que os jovens protestaram contra os abusos cometidos pelos responsáveis pelo centro. O abrigo se encontra atualmente envolvido em vários escândalos por denúncias de abusos contra os internos.

Daniel (ao centro), 16 anos, sobrevivente do incêndio do centro Virgen de Asuncion, na Guatemala, em 8 de março de 2017.
Daniel (ao centro), 16 anos, sobrevivente do incêndio do centro Virgen de Asuncion, na Guatemala, em 8 de março de 2017. REUTERS/Saul Martinez
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"Foram contabilizadas 19 pessoas mortas e outras 25 feridas no Lar Seguro Virgen de la Asunción, em San José Pinula, a 15 km ao leste da capital guatemalteca", declarou à imprensa o porta-voz dos Bombeiros Voluntários, Mario Cruz.

As imagens registradas pela agência AFP são devastadoras. Ainda não há confirmação se as 19 vítimas eram menores internos. As causas do incêndio ainda não foram estabelecidas.

Os feridos, com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau, foram levados a hospitais da capital. Segundo os primeiros relatos, na terça-feira (7) à noite os jovens internos protestaram para denunciar a má alimentação e abusos físicos por parte da direção do centro.

O abrigo recebe crianças e adolescentes de até 18 anos que sofrem de violência doméstica e que foram retirados das ruas. O centro, que está sob a responsabilidade da Secretaria de Bem Estar Social da Presidência da Guatemala, esteve envolvido em vários escândalos por denúncias de abusos contra os internos e por várias fugas.

Reações

A procuradora de direitos Humanos da Infância, Hilda Morales, anunciou aos jornalistas que solicitará o fechamento do estabelecimento devido à incapacidade da Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência para administrá-lo. "Nós vamos pedir o fechamento imediato do centro e uma investigação para determinar as responsabilidades administrativas e criminais do centro por ter deixado de cumprir com o seu mandato", declarou.

Morales lembrou que desde o ano passado foram solicitadas medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em nome de vários adolescentes que relataram assédios e abusos sexuais dentro do abrigo. "Quando se trata de proteção da infância, o último recurso deve ser a institucionalização, deve-se assegurar que as crianças estejam na sua própria família, em uma família ampla ou substituta para assegurar o desenvolvimento de sua personalidade e uma melhor proteção", indicou.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Guatemala condenou o incidente em uma mensagem postada em sua conta no Twitter. "A Unicef repudia a tragédia no Lar Virgen de la Asunción. Estas crianças e adolescentes deveriam ser protegidas", apontou. O responsável pela Infância na Procuradoria-Geral da Nação (PGN) da Guatemala, Harold Flores, afirmou que desde o ano passado foram apresentadas queixas contra o abrigo após a fuga de adolescentes que relataram violações sexuais. Ele confirmou que iniciará uma investigação para atribuir a responsabilidade pela tragédia.

Com informações da AFP

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