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Obama/balanço

Obama não cumpriu todas as promessas de guerra ao terrorismo

Com o final do segundo mandato se aproximando, está na hora de se fazer um balanço do governo de oito anos de Barack Obama. Em 2008, o candidato democrata foi eleito com a promessa de retirar o exército americano de várias frentes de guerra no mundo e, ao mesmo tempo, melhorar a imagem dos Estados Unidos, fortemente abalada após anos de luta antiterrorista empreendida pelo presidente anterior, George W. Bush.

Pés de um prisioneiro em Guantánamo, em 2010.
Pés de um prisioneiro em Guantánamo, em 2010. REUTERS/Michelle Shephard/Pool/File Photo
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No dia 1° de maio de 2011, da Casa Branca, Barack Obama se dirige aos americanos: “Hoje, sob minha direção, posso anunciar aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos realizaram uma operação que matou Ossama Bin Laden, chefe da rede Al Qaeda, um terrorista responsável pela morte de milhares de inocentes. A morte de Bin Laden constitui, até o momento, a vitória mais importante na nossa missão de derrotar a rede Al Qaeda. Mas sua morte não significa o fim de nossos esforços.”

A administração Obama continuaria, efetivamente, com a caça, estendendo-a, inclusive, aos jihadistas do grupo Estado Islâmico. Os ataques por drones vão matar muitos dirigentes islamistas. Mas essa nova forma de guerra antiterrorista faz sobretudo muitas vítimas civis e suscita fortes críticas no mundo inteiro.

Em 2013, Obama se justifica: “Diante das redes terroristas, a falta de ação provocaria ainda mais perdas humanas. Não apenas nos Estados Unidos, mas também em cidades como Sanaa, Cabul e Mogadíscio, escolhidas por esses terroristas como bases de retaguarda. Não se esqueçam que os terroristas que combatemos usam civis como alvos. E o número de vítimas muçulmanas, resultado de suas ações, ultrapassa o de vítimas de ataques por drones. Não fazer nada não é uma opção”.

A luta antiterrorista continua. Mas a nova forma escolhida por Barack Obama de conduzi-la permite trazer de volta para casa milhares de soldados americanos.

O fracasso de Guantánamo

Entre as promessas não cumpridas, está o fechamento da prisão militar na base americana de Guantánamo, conhecida como “a prisão da vergonha”, onde prisioneiros considerados como inimigos combatentes eram mantidos em um vazio jurídico sem julgamento.

Desde os primeiros dias de seu mandato, em janeiro de 2009, Barack Obama fala sobre o fechamento de Guantánamo e promete acabar com os tribunais militares. Mas, oito anos depois, Guantánamo não foi fechada. A prisão de alta segurança na base americana de Cuba foi lotada de detentos desde janeiro de 2002. As imagens dos prisioneiros, encapuçados e acorrentados, correram o mundo.

Trump quer encher Guantánamo de "gente ruim"

O campo de detenção secreto foi aberto após os ataques de 11 de setembro de 2001 e da intervenção dos Estados Unidos no Afeganistão. Centenas de homens, incluindo menores, são levados para lá à força, às vezes transitando por prisões da CIA na Europa, ou torturados em países como Egito ou Síria. As detenções violam as regras do direito internacional e acontecem sem processo ou com provas obtidas sob tortura.

Diante da hostilidade dos republicanos e democratas de seu próprio campo, que recusam a detenção no solo americano dos prisioneiros mais perigosos, Barack Obama não conseguiu fechar Guantánamo. Mas ele conseguiu transferir muitos prisioneiros para outros países e nenhum novo detido foi enviado à base.

O sucessor Donald Trump já declarou que pretende manter Guantánamo aberta para “enchê-la de gente ruim”.

 

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