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Cúpula Ibero-Americana

Presença de Maduro em Cúpula Ibero-Americana gera expectativa

A presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na 25ª Cúpula Ibero-Americana neste sábado (29) na Colômbia, em um momento em que seu país atravessa uma forte crise política, gerou grande expectativa entre os que comparecerão à reunião.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, só confirmou a presença na cúpula na última hora
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, só confirmou a presença na cúpula na última hora REUTERS/Marco Bello
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Prevista para o início da manhã deste sábado, a chegada de Maduro à cidade de Cartagena foi confirmada na véspera pelos organizadores, que até então esperavam que Caracas fosse representada no encontro por um vice-ministro de Relações Exteriores. O anúncio foi bem recebido pelos chanceleres que se reuniram na sexta-feira (28), no primeiro dia da cúpula, para debater sobre juventude, empreendedorismo e educação, temas centrais do encontro.

Representantes de vários países, entre eles Argentina, Guatemala e Colômbia, comemoraram a presença de Maduro para que os dirigentes possam discutir diretamente com o presidente a situação da Venezuela, onde a tensão entre o governo e a oposição aumenta a cada dia. O líder peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse na sexta-feira ao chegar a Cartagena que vê "esta cúpula com muito otimismo" porque haverá, entre outras coisas, a oportunidade de tratar "os temas do país vizinho, a Venezuela".

José Serra representa o Brasil

O Brasil é representado pelo ministro das Relações Exteriores José Serra, que deve defender a aplicação da cláusula democrática do Mercosul contra a Venezuela, segundo uma fonte do governo brasileiro. A questão da cláusula democrática é consenso entre Brasil, Argentina e Paraguai. A exceção é o Uruguai, que hesita em tomar medidas duras contra o governo de Nicolás Maduro.

Esta semana, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, admitiu, pela primeira vez, debater a implementação da cláusula, mas não está claro se estará disposto a avançar em direção à suspensão da Venezuela. O objetivo dos chanceleres de Brasil, Argentina e Paraguai é iniciar um processo formal de aplicação da cláusula democrática. De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, a suspensão não será, em caso de consenso, imediata.

A decisão, como tudo no Mercosul, requer o respaldo de todos os sócios plenos, com exceção da Venezuela. O chanceler paraguaio afirmou que seu governo defende um “processo legal e ordenado”, ao contrário do que aconteceu com o Paraguai em 2012, quando o país foi suspenso do bloco em tempo recorde, após o impeachment do presidente Fernando Lugo.

Processo de paz na Colômbia entra na pauta

Foi anunciada também uma resolução para apoiar a busca da paz na Colômbia, apresentada pelo México, Madri e Santiago. O rei da Espanha, Felipe VI, expressou seu "desejo de que muito em breve se alcance a paz" na Colômbia e disse ao presidente Juan Manuel Santos que "pode contar sempre com o apoio espanhol nesse empenho".

Anfitrião e recente prêmio Nobel da Paz, Santos está recebendo o esperado apoio da comunidade internacional por buscar acabar com o conflito armado de mais de meio século no país por meio de negociações com as guerrilhas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN). O acordo de paz validado com as Farc foi rejeitado pela população em um plebiscito no início de outubro.

Na quinta-feira, a instalação da mesa de diálogos com o ELN foi adiada por Santos, que exige que a guerrilha liberte o ex-congressista sequestrado Odín Sánchez antes de sentar para negociar.

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