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Massacre de Orlando divide Estados Unidos, avalia Le Figaro

A "onda de choque" provocada pelo massacre de Orlando está estampada na primeira página do Le Figaro desta terça-feira (14). O jornal conservador informa que os americanos de luto pelos quase 50 mortos da boate gay, tentam determinar as raízes do drama. E tudo isso, em plena campanha presidencial. "O país está unido na dor, mas dividido quanto a resposta ao massacre", diz o diário.

Capa do jornal Le Figaro desta terça-feira, 14 de junho de 2016.
Capa do jornal Le Figaro desta terça-feira, 14 de junho de 2016.
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"Fratura americana" é o título do editorial de capa do Le Figaro. Os três últimos atentados cometidos por terroristas muçulmanos, que atingiram os Estados Unidos, são lembrados: Boston, em 2013, San Bernardino, em 2015, e Orlando em 2016.

O texto afirma que a questão sobre o Islã passa a integrar, e provavelmente por muito tempo, o debate político americano. Ela já domina a campanha presidencial. O candidato republicano Donald Trump denuncia a recusa escandalosa de Obama a pronunciar a expressão "islamismo radical". O editorial salienta que o presidente americano considera que esses atos de violência são fruto de um ódio individual e não quer que esse confronto seja apresentado como uma guerra entre a América e o Islã. Mas essa prudência, que visa a preservar a paz civil, pode ser hoje prejudicial ao presidente.

O politicamente correto de Obama afeta sua ação, analisa Le Figaro. Essa política pode ter levado à falta de vigilância do FBI que duas vezes deteve o atirador da boate de Orlando, Omar Mateen, mas o liberou. A fratura do país se concretiza na popularidade de Donald Trump, apesar da proposta polêmica do candidato de fechar as fronteiras aos muçulmanos. "No momento de escolher seu destino, será que os Estados Unidos, sob tensão, vão deslizar no sangue derramado em Orlando? questiona o jornal.

Virada na campanha eleitoral americana

Les Echos avalia que o massacre de Orlando marca uma virada na campanha eleitoral americana. O jornal econômico afirma que o candidato republicano aproveita o drama para reconquistar, com um discurso anti-islã, o terreno perdido nas últimas semanas. Diante desses ataques, os muçulmanos americanos, que representam apenas 1% da população, se organizam para dissipar a desconfiança que pesa contra eles, informa o jornal.

A democrata Hillary Clinton convida o país a buscar novamente o espírito de unidade do pós-11 de setembro, e volta a defender o controle de armas nos Estados Unidos. Mas, por incrível que pareça, esse novo massacre pode ajudar o lobby armamentista, baseado no medo. Les Echos ressalta que a popularidade do NRA, o poderoso grupo que defende a venda de armas nos Estados Unidos, sempre aumenta após um drama. O atirador Omar Mateen tinha um licença de porte de armas e a proposta de controle democrata não teria nenhuma incidência sobre ele. A solução seria a interdição de armas pesadas, como a utilizada por Mateen, aponta Les Echos.

O drama de Orlando também está estampado na capa de Libération. Esse foi um ataque homofóbico, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, define o jornal. Luto e cólera invadem a comunidade gay do mundo inteiro. Esse crime de ódio reforça a discriminação que a comunidade LBGT sofre cotidianamente, diz Libé.
 

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