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Eleição presidencial

Eventual vitória de Trump nos EUA preocupa imprensa francesa

Os jornais desta terça-feira (7) analisam a definição da disputa presidencial nos Estados Unidos. A ex-secretária de Estado Hillary Clinton garantiu ontem o apoio que lhe faltava para obter a indicação na convenção do Partido Democrata, em julho. Na reta final, livre, mas não sem a pressão interna do concorrente Bernie Sanders, Hillary irá duelar com o bilionário republicano Donald Trump, que tem sacudido a campanha à Casa Branca.

Capa dos jornais franceses Le Figaro e Libération desta terça-feira, 7 de junho de 2016.
Capa dos jornais franceses Le Figaro e Libération desta terça-feira, 7 de junho de 2016.
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Le Figaro dedica sua manchete a Trump, lembrando que "há um ano ninguém dava bola para a candidatura do magnata" do setor imobiliário. "Durante um bom tempo, ele parecia tão kitsch quanto as molduras douradas de seu loft em Nova York. Um material bem diferente da madeira que decora os bares da América profunda. Mas, com suas tiradas irônicas e autênticas, Trump está prestes a tomar as rédeas de uma insurreição contra o sistema nos Estados Unidos", escreve o Figaro.

Em poucas semanas Trump implodiu os códigos tradicionais da política americana, nota o jornal francês, tornando-se um concorrente capaz de vencer a eleição. "É certo que Hillary é inteligente, experiente e conta com apoio financeiro", pondera Le Figaro, mas "o pedigree da democrata é perfeito demais para a América". Hillary "encarna em excesso a casta dominante", diz o texto editorial. Um dos pontos fracos da candidata é que ela deixou Trump ocupar muito espaço e, hoje, mais reage a Trump do que impõe seus temas na campanha.

Le Figaro afirma não saber se as declarações ultrajantes de Trump fazem parte de uma estratégia pensada ou são resultado de um temperamento furioso incontrolável. Em todo caso, o jornal conclui que, para a próxima fase, os dois terão de lidar com novas armas e "a raiva costuma vencer a razão".

"Todos contra Hillary", constata Libération

O jornal de esquerda Libération dedica sua capa a Hillary Clinton, com a manchete "Todos contra ela". O jornal de esquerda estima que seu adversário no campo democrata, Bernie Sanders, "seduziu o eleitorado americano com seu carisma e seu projeto de revolução política, apesar da idade avançada".

Em entrevista ao diário, o cientista político americano Grant Reeher afirma que Hillary criou sua própria impopularidade. Segundo o analista, ela suscita um sentimento de desconfiança porque teria "uma tendência a deformar ou esconder a realidade". Em várias ocasiões citadas pelo observador, Hillary negou fatos ou se esquivou de suas responsabilidades. Resultado: a imagem da democrata foi profundamente arranhada e "parece tarde demais para mudanças na identidade política de Hillary", opina o professor de ciências políticas.

Ao avaliar as primárias programadas nesta terça-feira na Califórnia, o diário Les Echos afirma que os eleitores californianos, principalmente os hispânicos, estão fortemente mobilizados para barrar Donald Trump. Segundo o jornal, os pedidos de naturalização aumentaram entre os hispânicos. Eles querem garantir o direito de votar para impedir uma vitória do republicano em novembro.

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