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Colômbia/Venezuela

Colombianos cruzam rio para fugir de expulsão na Venezuela

A Venezuela chamou nesta quinta-feira seu embaixador na Colômbia para consultas e disse que irá rever as relações com o país vizinho. A decisão abre mais um capítulo na crise bilateral, desencadeada na semana passada após decisão do governo venezuelano de fechar suas fronteiras e deportar colombianos de seu território.

Colombianos cruzando o rio Táchira, em 25 de agosto de 2015 .
Colombianos cruzando o rio Táchira, em 25 de agosto de 2015 . Fuente: Reuters.
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Pelo Twitter, a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez anunciou a decisão do presidente Nicolás Maduro de chamar a Caracas o embaixador venezuelano na Colômbia, Iván Rincón. A medida foi adotada logo após o governo colombiano ter chamado para consultas em Bogotá seu embaixador na Venezuela, Ricardo Lozano.

"Revisaremos integralmente relações com a Colômbia, em virtude das agressões que sofre nosso povo pelo paramilitarismo e guerra econômica", escreveu a chanceler em sua conta na rede social.

Os dois países vivem uma crise desde a decisão do presidente Nicolás Maduro de decretar estado de exceção em cinco cidades fronteiriças com a Colômbia no Estado de Táchira. A medida, adotada em 21 de agosto, foi uma represália a ataques contra militares venezuelanos que faziam uma operação de combate ao contrabando. Três soldados e um civil ficaram feridos.

O presidente venezuelano também ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia na região. A medida foi prorrogada por 72 horas e deveria terminar no domingo. Em um discurso, Nicolás Maduro impôs condições para reabrir a fronteira: "O governo da Colômbia deve proibir a venda em seu território de produtos contrabandeados da Venezuela. Caso contrário, eu deixarei a fronteira continuará fechada", ameaçou.

Deportados

Desde a última sexta-feira, mais de mil colombianos já foram deportados da Venezuela. Para evitar expulsões, muitas famílias instaladas na Venezuela estão cruzando o rio Táchira, já que a ponte que une os dois países está fechada.

A correspondente local da RFI, Andreína Flores, acompanhou a travessia de dezenas de colombianos obrigados a este êxodo. Na cidade de San Antonio del Táchira, ela colheu relatos de muitas famílias que abandonaram suas casas na Venezuela para escapar da expulsão.

"Andei três quilômetros com geladeira, cama, colchão. Vim para o lado colombiano com minha esposa e meus filhos, temendo qualquer represália do lado de lá, porque (a situação) está muito difícil", declarou um colombiano.

"Cheguei esta noite com meu filho e dormi em uma cadeira. Para onde vamos? O que nós construímos na Venezuela, ficou tudo lá", lamentou uma mulher.

A situação afeta inclusive as famílias que tiveram filhos nascidos na Venezuela e têm a cidadania do país. Uma mãe de três crianças de 2, 5 e 12 anos descreveu: "Chegaram e nos disseram que deveríamos partir porque éramos colombianos e não podíamos ficar ali. Dissemos que as crianças eram venezuelanas". Eles responderam que "fôssemos embora e deixássemos as crianças venezuelanas. Como vamos deixá-los se são menores de idade?".

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