Anistia Internacional alerta para espiral da violência na Venezuela
A seção espanhola da Anistia Internacional advertiu nesta terça-feira (1) contra “uma espiral da violência” na Venezuela. O relatório da instituição lembra que cerca de 40 pessoas já morreram em quase dois meses de protestos contra o governo. O texto pede que o presidente Nicolás Maduro e a oposição respeitem os direitos humanos no país.
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O diretor da seção espanhola da Anistia Internacional, Esteban Beltrán, está preocupado com a situação na Venezuela. Ele afirmou nesta terça-feira (1), em Madri, que se “os direitos humanos não encabeçarem a agenda política do país, a Venezuela corre o risco de entrar numa espiral da violência”.
Se a tendência atual não for revertida, a ONG afirma que o país terá um aumento do número de abusos e violações dos direitos humanos, como a agressão a jornalistas ou detenções arbitrárias. A Anistia denuncia principalmente o uso de armas de fogo contra os manifestantes, indicou Nuria García, pesquisadora da organização.
O documento relata vários casos de violência durante os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro. Entre eles, a morte da jovem miss Génesis Carmona, de 21 anos, supostamente baleada por um grupo armado pró-governo, no dia 18 de fevereiro; ou a do guarda nacional Giovanny José Pantoja Hernández, morto a tiros por pessoas “não identificadas”.
Manifestantes torturados
A violência na Venezuela é praticada “tanto pelas forças de segurança quanto por grupos pró-governamentais, manifestantes ou pessoas não identificadas”, afirma o documento. Mas, muitas vezes, “os grupos pró-governo atacam os manifestantes durante os protestos na frente das forças de ordem, que não intervêm”, explica Nuria García.
A ONG também denuncia casos de tortura contra manifestantes pela polícia e insiste para que todas essas violações sejam investigadas. Segundo o relatório, desde o inicio das manifestações contra a inflação e a falta de abastecimento de produtos de primeira necessidade, ao menos 37 pessoas morreram e mais de 550 ficaram feridas, 120 delas por armas de fogo. O balanço do governo venezuelano é de 39 mortos.
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