Acessar o conteúdo principal
Chile/eleições

Eleições históricas deste domingo podem mudar rumo do Chile

Mais de 13 milhões de eleitores devem escolher um novo presidente para o país e renovar também a Câmara dos deputados e parte do Senado. Pela primeira vez, o voto não é obrigatório o que gera dúvidas sobre a participação nas urnas e se Michelle Bachelet, favorita nas pesquisas, poderá atingir mais de 50% dos votos e vencer ainda no primeiro turno.   

Uma índia mapuche vota nas eleições gerais do Chile, neste domingo, 17 de novembro.
Uma índia mapuche vota nas eleições gerais do Chile, neste domingo, 17 de novembro. Foto: Reuters
Publicidade

De Santiago, Márcio Resende,  

 Pela primeira vez, uma candidata pode ser eleita a um segundo mandato. Pela primeira vez, o voto a presidente não é obrigatório. Pela primeira vez desde a recuperação da democracia em 1990, um candidato promete reformar tudo, desfazendo parte do modelo neoliberal do ditador Augusto Pinochet.

A médica socialista de 62 anos, Michelle Bachelet da coalizão de centro-esquerda Nova Maioria, pode ganhar neste domingo no primeiro turno. Do outro lado, outros oito candidatos tentam forçar um segundo turno, com destaque para Evelyn Matthei da Aliança pelo Chile, de centro-direita.

Com 60 anos, Matthei foi ministra do Trabalho do atual presidente Sebastián Piñera, quem deixa o cargo com 30% de popularidade enquanto Bachelet, quando deixou o mandato em 2010, tinha 84%.

 O Chile cresce entre 5 e 6% ao ano e a renda per capita já é de 18 mil dólares. Mas a desigualdade social é uma das piores do mundo. Se a distância entre os mais ricos e os mais pobres é de nove vezes nos países desenvolvidos, no Chile é de 25 vezes.

 Por isso, Bachelet quer refomas na Educação, no sistema tributário, no sistema eleitoral e até na Constituição. Durante a campanha, Matthei tentou instalar uma campanha de medo ao dizer que reformar tudo será como perder tudo e começar do zero.

 "O que a minha adversária quer significa realmente derrumbar a casa. Isto não é campanha do terror; é campanha de informação", reflete. Bachelet não tomou conhecimento da acusação e só convocou a ganhar no primeiro turno.

 "Se nos mobilizarmos, podemos ganhar no primeiro turno. O que vocês me dizem?", discursou nesta semana.  Durante a jornada eleitoral deste domingo, Evelyn Matthei disse estar segura de disputar o segundo turno. "Esperamos passar para o segundo turno. Na verdade, estamos bem seguros de passar para o segundo turno".

 Como o voto não é mais obrigatório, a favorita Bachelet pediu que os eleitores compareçam às urnas. "Queremos convidar as pessoas a votarem e a escolherem os candidatos cujos projetos as representem", pediu.

 Dona de casa e com uma pensão mínima, Maria Astete, de 67 anos, revelou à RFI por que vota por Bachelet. "Porque é a nos representa, representa os mais pobres. Com ela, tivemos muitos benefícios que este governo nos retirou", compara.

 Além de presidente, os chilenos renovam a Câmara de Deputados e metade do Senado. Um total de 13,5 milhões de eleitores estão inscritos, mas, com o voto optativo, a abstenção deixa em aberto a possibilidade de um segundo turno.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.