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EUA/Protestos

Milhares de americanos protestam contra absolvição de Zimmerman

Milhares de pessoas protestaram em várias cidades dos Estados Unidos contra a absolvição de George Zimmerman, julgado pelo assassinato de um adolescente negro na Flórida. O presidente norte-americano Barack Obama lançou um apelo à calma neste domingo, 14 de julho de 2013.

Protesto em Los Angeles, Califórnia, neste domingo, 14 de julho de 2013, contra a absolvição de Zimmerman.
Protesto em Los Angeles, Califórnia, neste domingo, 14 de julho de 2013, contra a absolvição de Zimmerman. REUTERS/Jonathan Alcorn
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Trayvon Martin, um adolescente de 17 anos, foi morto em fevereiro de 2012 pelo agente de segurança George Zimmerman, 29 anos, inocentado do crime no sábado à noite por um júri de seis mulheres em Sanford, na Flórida. Os advogados do acusado alegaram legítima defesa.

As manifestações aconteceram de forma pacífica em várias cidades, incluindo São Francisco (oeste), Boston (noroeste) e Chicago (norte). Em Los Angeles houve uma marcha sob a vigilância da polícia. Ainda na Califórnia, em Oakland, manifestantes quebraram vidraças e depredaram carros. Marchas esportâneas aconteceram na capital Washington, em Filadélfia (leste), Atlanta (sudeste) e em Tallahassee (Flórida).

Mas a manifestação que reuniu mais participantes ocorreu no domingo à noite em Nova York. Milhares de pessoas fizeram uma passeata da Union Square até a Times Square acompanhada por um forte esquema de segurança. Muitos manifestantes brandiam cartazes com o retrato do adolescente morto.

George Zimmerman foi acusado de ter perseguido Trayvon Martin, que não estava armado, em uma propriedade cercada por uma grade em Sanford, e de ter atirado nele durante uma briga. Seus advogados alegaram legítima defesa porque o jovem negro tinha derrubado Zimermann e começado a bater sua cabeça no chão.

O debate em torno do julgamento, que foi transmitido pela televisão durante três semanas, dividiu aqueles que estão convencidos de que Zimermann matou o jovem negro por racismo, e aqueles que acreditam que se tratava de legítima defesa.

Reações

Diante da multiplicação das manifestações, o presidente Barack Obama pediu calma e incitou as pessoas a respeitarem o veredito. "Sei que esse caso suscitou paixões intensas. (...) Mas nós somos um Estado de direito, e um júri falou", disse o presidente.

Uma lei de 2005 permite que qualquer pessoa se defenda em caso de ameaça, inclusive com uma arma. Obama pediu que os americanos se perguntem "se fazemos todo o possível para frear a onda de violência com armas de fogo, que tiram tantas vidas todos os dias nesse país".

Ele estimou que os americanos devem "se perguntar, enquanto indivíduos e enquanto sociedade, como impedir futuras tragédias similares" à que aconteceu na Flórida, o Estado americano com o maior número de pessoas armadas.

O Departamento da Justiça americano indicou neste domingo que uma investigação federal sobre o caso está em curso desde o ano passado: "Procuradores federais experientes vão determinar se as provas revelam uma violação das leis federais penais sobre os direitos cívicos, passível de processo".

Os pais de Trayvon Martin, que não estavam no tribunal no momento do veredito, fizeram um apelo por manifestações não violentas, fazendo referência a Martin Luther King e à Bíblia.

"Mesmo morto, sei que meu bebê está orgulhoso do combate que lutamos com vocês todos por ele", escreveu o pai, Tracy Martin, em sua conta no Twitter.

O advogado da família Martin, Benjamin Crump, declarou à rede de televisão CNN que considera entrar com um ação na Justiça civil.

Robert Zimmerman, o irmão de George, lembrou por sua vez que segundo o júri seu irmão "havia agido corretamente na defesa de sua vida conforme a lei".

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