Presidente uruguaio é recebido com entusiasmo pelo papa Francisco

O papa Francisco recebeu hoje o presidente do Uruguai, José Mujica, para uma longa reunião no Vaticano. Após o encontro, o pontífice declarou ter ficado “muito feliz por ter encontrado um homem sábio”, de acordo com o porta-voz da Santa Sé.

Encontro com Mujica foi o mais longo desde que papa assumiu o posto, em março. REUTERS/Alessandra Tarantino/Pool

Conforme o padre Federico Lombardi, a conversa durou 45 minutos, a mais longa concedida por Jorge Bergoglio, ex-arcebispo de Buenos Aires, a um chefe de Estado desde que ascendeu ao pontificado, em março. Os dois homens partilham o forte apreço pelos menos favorecidos e as críticas ao capitalismo. Eles conversaram em espanhol.

O presidente uruguaio, de 78 anos, estava acompanhado de uma pequena delegação e sem a esposa, Lucia Topolansky, que assume temporariamente a presidência durante a sua ausência. O papa, ao recebê-lo, abraçou Mujica e sorriu, conforme testemunharam alguns jornalistas presentes no encontro. Em seguida, os dois reuniram-se em uma sala do Vaticano.

Na saída, Mujica declarou que tem em comum com Francisco “um amigo que já partiu”, Alberto Methol Ferre, teólogo e intelectual uruguaio, morto em 2009. “Ele nos abriu o espírito”, continuou o presidente. “Ele nos ajudou a pensar”, completou o papa.

Ao final do encontro, os dois realizaram a tradicional troca de presentes – Mujica trouxe três estatuetas de gauchos e um livro de Methol Ferre e Alver Metalli, “A América Latina do Século XXI”. Em troca, o papa entregou-lhe uma cópia das conclusões da Assembleia dos Arcebispos Latino-americanos em Aparecida. “Você olha no índice e lê o que tem escrito sobre os assuntos que te interessam”, declarou o pontífice, antes de despedir-se do uruguaio com outro forte abraço.

De acordo com um comunicado oficial do Vaticano, eles conversaram sobre “assuntos de interesse comum, como o desenvolvimento do ser humano, o respeito aos direitos humanos, a justiça e a paz social”. Eles também falaram sobre o papel da igreja católica para a “paz internacional e para os serviços que presta à sociedade nos planos da assistência e a educação”.