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Eleições Americanas

Segundo especialistas, América Latina não é prioridade para Obama

A América Latina deve continuar de fora da agenda da política externa americana no segundo mandato do presidente democrata, Barack Obama, afirmam especialistas em entrevista à RFI.

"Novas iniciativas não estão sendo criadas em relação à América Latina", garante especialista.
"Novas iniciativas não estão sendo criadas em relação à América Latina", garante especialista. REUTERS/Jason Reed
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“Por causa de uma certa tradição nos últimos cinquenta anos nos Estados Unidos, a preocupação maior foi com áreas de grande interesse econômico ou energético ou regiões onde a agenda de defesa é a dominante. A América Latina, com exceção do México que vem ocupando um espaço mais importante depois da criação da Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), não tem uma posição de grande relevo”, explica Luís Bitencourt, cientista político, especialista na relação do país com a América Latina, na National Defense University, nos Estados Unidos.

Para ele, a reeleição de Obama, com 303 dos 270 votos necessários, deixando para trás seu rival republicano, Mitt Romney, apesar de favorável não trará grandes mudanças em sua política externa atual para a região.

Mesmo preocupados com o voto do eleitorado latino, que representa 10% da população, Síria, Irã e o Oriente Médio roubaram a cena e a América Latina, majoritariamente governada pela esquerda, acabou ficando de fora das plataformas de governo dos principais candidatos à presidência. “A preocupação com o terrorismo vai ainda por muito tempo dominar a agenda externa americana”, aponta Bitencourt.

Na região, apenas o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, havia se pronunciado publicamente a favor de Obama. O governo brasileiro felicitou a reeleição do democrata e reforçou a importância das cooperações bilaterais no combate à corrupção.

Para Tom Trebat, diretor do polo da Universidade americana de Columbia no Rio de Janeiro, a América Latina sai beneficiada dessas eleições graças à aposta no desenvolvimento econômico interno americano e na iniciativa privada, mesmo sem o crescimento direto da cooperação.

“Cuba está em uma transição inevitável, que vai ser facilitada por um segundo mandato de Obama, o México está com um novo presidente, é uma oportunidade para eles verem com os Estados Unidos, a agenda bilateral, que se resume aos temas de imigração e tráfico de drogas. Novas iniciativas não estão sendo criadas em relação à América Latina, mas esses países também não estão pedindo grandes medidas diplomáticas, estão em outra fase do seu desenvolvimento. Estão achando seus próprios caminhos”, avalia.

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