Amorim critica Tratado de Não-Proliferação Nuclear
Na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear é “injusto”. Para o ministro, o acordo negociado nos anos 70 dividiu o mundo “entre os que têm” e os que “não têm” acesso à tecnologia nuclear.
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Cleide Clock, correspondente da RFI em Nova York
O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, aproveitou o seu discurso para criticar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear dizendo que ele divide o mundo entre aqueles que têm e os que não têm relacionando o poder político e o prestígio às nações que possuem arsenais atômicos.
"A identificação muito infeliz dos membros permanentes do Conselho de Segurança como sendo as cinco potências nucleares, reconhecidas pelo Tratado, reforça a percepção de que as armas atômicas são um meio de importância política», disse Amorim. Ele acrescentou que: "Quarenta anos após a entrada em vigor do tratado, o objetivo fundamental de um mundo livre de armas nucleares continua sendo uma miragem".
Amorim disse ainda que as revisões feitas e prometidas há dez anos ainda não saíram do papel e pediu um calendário preciso e realista. Segundo ele, o Brasil está convencido de que a melhor garantia para a não-proliferação é a eliminação total das armas nucleares. Não falou diretamente do Irã no seu discurso, porém defendeu o desenvolvimento de energia nuclear para fins pacíficos. Na saída, em uma rápida coletiva, o ministro disse que o Irã já sinalizou que deve cumprir as regras.
O primeiro dia de conferência foi marcado também por acusações feitas pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad e pela Secretária de Estado Hillary Clinton. Entre várias alfinetadas mútuas, ele pediu a suspensão dos Estados Unidos da Agência Internacional de Energia Atômica por serem os únicos a terem lançado uma bomba atômica. Já Hillary, além de dizer que o presidente iraniano não tem credibilidade porque não cumpre regras, disse que as ambições nucleares do país colocam o mundo em risco e pediu que a comunidade internacional peça satisfações ao regime de Teerã.
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