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Argentina registra mais de 57 mil casos de dengue em 2024, com 47 mortes

A Argentina registrou 57.461 casos de dengue até agora, em 2024, o que significou um aumento de 2.153% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram detectados 2.550, informou o Ministério da Saúde.

Milagros Blanco, 11 anos, descansa em uma cama após se recuperar de dengue, ao lado do irmão, em Villa Fiorito, bairro humilde no subúrbio de Buenos Aires, 27/02/24.
Milagros Blanco, 11 anos, descansa em uma cama após se recuperar de dengue, ao lado do irmão, em Villa Fiorito, bairro humilde no subúrbio de Buenos Aires, 27/02/24. © Agustin Marcarian / Reuters
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“Temos a temporada com maior número de casos da história”, escreveu na rede social X Nicolás Kreplak, ministro da Saúde da província de Buenos Aires, uma das regiões mais afetadas pela doença transmitida pelo mosquito Aedes. Aegypti.

Embora a Argentina tenha sofrido uma invasão de mosquitos no mês passado, cujas imagens se tornaram virais nas redes sociais, eles eram do tipo Aedes Albifasciatus, que não transmite o vírus da dengue.

Dos 57.461 casos acumulados de dengue em 2024, 47 pessoas morreram, incluindo um bebê e dois adolescentes, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde da Nação.

As áreas mais afetadas concentram-se no nordeste do país, principalmente nas províncias de Chaco, Formosa e Misiones. Mas um dos focos mais importantes é a província de Buenos Aires, que tem o maior território da Argentina e onde as mortes totalizam 11.

Viviana Vargas, 59 anos, mora na cidade de Florencio Varela, em Buenos Aires, e sofreu de perto a doença. “Minha mãe estava internada, ela estava muito mal, seus ossos doíam como se estivessem quebrados e ela vomitou tanto que desmaiou”, conta. “Tivemos que arrecadar dinheiro entre meus cinco irmãos para cuidar dela, pensamos que ela estava morrendo, ela ficou só pele e osso, deitada ali”, disse à AFP.

Vacina cara

No entanto, a dengue é evitável para quem pode pagar a vacina num país onde mais de metade da população vive na pobreza e com uma inflação anual superior a 250% em janeiro.

São necessárias duas doses da vacina TAK-003, também conhecida como Qdengam, do laboratório japonês Takeda.

Cada dose custa 71.293 pesos (US$ 82 pelo câmbio oficial), enquanto o salário mínimo é fixado em 202.800 pesos (US$ 233).

O governo nacional confirmou esta segunda-feira (4) que não incluirá a vacina contra a dengue no calendário nacional de vacinação, o que tornaria seu acesso universal, gratuito e obrigatório.

A Organização Mundial da Saúde “indicou que não há provas suficientes sobre a sua eficácia”, explicou o porta-voz presidencial Manuel Adorni em conferência de imprensa.

Há duas semanas, dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo compartilharam vídeos de enxames de mosquitos na Argentina.

Foi uma invasão do Aedes Albifasciatus, espécie que cresce principalmente após as chuvas e em locais abertos com grama, ao contrário do Aegypti, que cresce principalmente nas cidades e que, além da dengue, espalha zika e chikungunya.

(com AFP)

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