Argentina registra mais de 57 mil casos de dengue em 2024, com 47 mortes
A Argentina registrou 57.461 casos de dengue até agora, em 2024, o que significou um aumento de 2.153% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram detectados 2.550, informou o Ministério da Saúde.
Publicado em:
“Temos a temporada com maior número de casos da história”, escreveu na rede social X Nicolás Kreplak, ministro da Saúde da província de Buenos Aires, uma das regiões mais afetadas pela doença transmitida pelo mosquito Aedes. Aegypti.
Embora a Argentina tenha sofrido uma invasão de mosquitos no mês passado, cujas imagens se tornaram virais nas redes sociais, eles eram do tipo Aedes Albifasciatus, que não transmite o vírus da dengue.
Dos 57.461 casos acumulados de dengue em 2024, 47 pessoas morreram, incluindo um bebê e dois adolescentes, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde da Nação.
As áreas mais afetadas concentram-se no nordeste do país, principalmente nas províncias de Chaco, Formosa e Misiones. Mas um dos focos mais importantes é a província de Buenos Aires, que tem o maior território da Argentina e onde as mortes totalizam 11.
Viviana Vargas, 59 anos, mora na cidade de Florencio Varela, em Buenos Aires, e sofreu de perto a doença. “Minha mãe estava internada, ela estava muito mal, seus ossos doíam como se estivessem quebrados e ela vomitou tanto que desmaiou”, conta. “Tivemos que arrecadar dinheiro entre meus cinco irmãos para cuidar dela, pensamos que ela estava morrendo, ela ficou só pele e osso, deitada ali”, disse à AFP.
Vacina cara
No entanto, a dengue é evitável para quem pode pagar a vacina num país onde mais de metade da população vive na pobreza e com uma inflação anual superior a 250% em janeiro.
São necessárias duas doses da vacina TAK-003, também conhecida como Qdengam, do laboratório japonês Takeda.
Cada dose custa 71.293 pesos (US$ 82 pelo câmbio oficial), enquanto o salário mínimo é fixado em 202.800 pesos (US$ 233).
O governo nacional confirmou esta segunda-feira (4) que não incluirá a vacina contra a dengue no calendário nacional de vacinação, o que tornaria seu acesso universal, gratuito e obrigatório.
A Organização Mundial da Saúde “indicou que não há provas suficientes sobre a sua eficácia”, explicou o porta-voz presidencial Manuel Adorni em conferência de imprensa.
Há duas semanas, dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo compartilharam vídeos de enxames de mosquitos na Argentina.
Foi uma invasão do Aedes Albifasciatus, espécie que cresce principalmente após as chuvas e em locais abertos com grama, ao contrário do Aegypti, que cresce principalmente nas cidades e que, além da dengue, espalha zika e chikungunya.
(com AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro