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Premiê peruano deixa cargo após tráfico de influência revelado em áudios

O primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, anunciou sua renúncia nesta terça-feira (6) por suspeita de tráfico de influência após a revelação de áudios pelo programa de TV Panorama, no fim de semana.

O primeiro-ministro peruano Alberto Otárola, em junho de 2023.
O primeiro-ministro peruano Alberto Otárola, em junho de 2023. © RFI
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Após o escândalo, a presidente Dina Boluarte ordenou o retorno de Otárola de uma missão oficial no Canadá. O primeiro-ministro chegou nesta terça-feira a Lima e imediatamente se dirigiu ao palácio presidencial para se reunir com Boluarte, sem dar declarações na chegada.

O objetivo da reunião era que Otárola apresentasse sua defesa, mas o premiê acabou renunciando ao cargo. "Na conversa com a presidente da República, eu anunciei minha decisão de apresentar minha renúncia como presidente do conselho de ministros", disse Otárola em uma coletiva de imprensa.

Nas gravações exibidas no fim de semana no programa Panorama, do canal Panamericana TV, Alberto Otárola fala com uma mulher de 25 anos, Yaziré Pinedo, que este ano ganhou dois contratos no valor total de cerca de US$ 14 mil (cerca de R$ 69,2 mil) como assistente técnica administrativa no Ministério da Defesa.

"Diga-me, amor, para conversarmos. Você sabe que essas coisas incomodam, chateiam, mas você sabe que eu também te amo", diz Otárola, aparentemente em alusão às formalidades administrativas necessárias para a obtenção dos contratos. 

"Não fiz nada ilegal" 

O primeiro-ministro do Peru negou qualquer violação das leis trabalhistas peruanas ou outras irregularidades e culpou seus adversários políticos pela revelação das gravações.  

"Claro que me submeterei a todas as investigações, mas a opinião dos peritos será absolutamente clara quanto à forma errônea como essas gravações foram editadas e apresentadas ao público", acrescentou em coletiva à imprensa. 

Na segunda-feira, na rede social X, ele disse compreender "a gravidade das circunstâncias políticas”, mas reiterou que não fez nada de ilegal.

Na terça-feira, Yaziré Pinedo afirmou que as conversas vazadas datavam de 2021, antes de ele ser ministro, e reconheceu que teve uma "breve relação, talvez sentimental" com Otárola. 

O Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito por tráfico de influência. Os partidos da oposição se uniram para pedir a renúncia de Alberto Otárola, de 57 anos, casado e pai de cinco filhos, que está no cargo desde  2022.

(RFI e AFP)

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