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À margem do G20, chanceler francês defenderá posição da França sobre acordo UE-Mercosul

Antes de participar da cúpula dos chanceleres do G20, nos dias 21 e 21 de fevereiro no Rio de Janeiro, o ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França, Stéphane Séjourné, inicia nesta segunda-feira (19) uma visita de dois dias à Argentina. O chanceler francês irá esclarecer a posição da França sobre o acordo UE-Mercosul e debater temas da agenda global, como a guerra na Ucrânia.

O ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros e da França, Stéphane Séjourné, deixa o Palácio do Eliseu em Paris após a reunião semanal do gabinete em 14 de fevereiro de 2024.
O ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros e da França, Stéphane Séjourné, deixa o Palácio do Eliseu em Paris após a reunião semanal do gabinete em 14 de fevereiro de 2024. AFP - ALAIN JOCARD
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Fontes da diplomacia francesa consideram que essa viagem de Stéphane Séjourné, que assumiu o comando do Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França há pouco mais de um mês, acontece em um momento oportuno. A França é um dos países do bloco europeu contrários à assinatura do acordo de livre comércio UE-Mercosul. "Será uma oportunidade para esclarecer a nossa posição sobre as relações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul", afirmou o porta-voz da diplomacia francesa Christophe Lemoine à AFP.

Durante as reuniões bilaterais, tanto em Buenos Aires quanto no Rio de Janeiro, o chanceler francês irá reafirmar as posições do país, já defendidas pelo presidente Emmanuel Macron. Paris considera o texto, que está sendo negociado há mais de 20 anos, “ultrapassado”. O tratado não leva em conta pontos importantes, principalmente em relação ao clima, como o respeito de normas ambientais em sintonia com o Acordo de Paris. Durante o recente protesto dos agricultores franceses em janeiro, Macron pediu em Bruxelas a suspensão do acordo, considerado desleal pelos produtores franceses, e defende a sua revisão.

“O ministro também irá ouvir o que as autoridades dos dois países têm a dizer” a esse respeito, informaram fontes do Ministério. A França quer mostrar que não existe um “Sul global em oposição ao resto do mundo”, que sua relação com a região não se reduz à agenda comercial e a suspensão do acordo não coloca em xeque a parceria bilateral em outras áreas.

“A França apoia as prioridades da presidência brasileira do G20”, como a questão climática, e “o Brasil é um parceiro essencial diante dos atuais desafios globais”, indicaram. Aprofundar a relação com o país, relançadas no ano passado com a volta de Lula ao poder, e com o continente sul-americano é um objetivo.

Temas da agenda global, como a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza, também serão tratados nas reuniões bilaterais do chanceler francês. Apesar de posições polêmicas do presidente Lula sobre os conflitos, a França observa que tanto o Brasil quanto a Argentina respeitam o direito internacional.

Agenda

O ministro Stéphane Séjourné inicia sua primeira viagem ao continente americano pela Argentina, nos dias 19 e 20 de fevereiro. Em Buenos Aires, ele se encontra nesta segunda-feira com o presidente ultraliberal Javier Milei, e com a ministra das Relações, Exteriores, Diana Mondino. Reuniões com os ministros argentino da Defesa e da Segurança também estão previstas, além da assinatura de um acordo de cooperação no setor da biodiversidade, na terça-feira, entre o governo argentino e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Na quarta-feira (21), Stéphane Séjourné segue para o Rio de Janeiro para participar do G20 dos Chanceleres. A reunião irá preparar a cúpula dos Chefes de Estado e de governo do grupo que reúne os 19 países mais desenvolvidos do mundo mais a União Europeia, que acontece nos dias 18 e 19 de novembro.

À margem da reunião, o chanceler francês se encontra com o ministro brasileiro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, para discutir a relação bilateral, temas da agenda global, e preparar a visita do presidente Emmanuel Macron ao Brasil, na última semana de março. Ao contrário do secretário de Estado americano, Antony Blinken, que será recebido por Lula, o chanceler francês não irá à Brasília.

A viagem de Stéphane Séjourné se encerra na sexta-feira (23) em Nova York.

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