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Em conflito com Igreja Católica, governo da Nicarágua prendeu 11 padres desde a última semana

Ao menos seis padres foram detidos pela polícia da Nicarágua entre sexta-feira e este sábado (30), o que eleva para 11 o total de clérigos presos desde 20 de dezembro, incluindo um bispo, denunciaram meios de comunicação e opositores nicaraguenses no exílio.

Foto de arquivo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em 14 de setembro de 2023.
Foto de arquivo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em 14 de setembro de 2023. AFP - CESAR PEREZ
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Entre os últimos detidos estão os monsenhores Silvio Fonseca, vigário da Arquidiocese de Manágua; Miguel Mántica, da igreja de São Francisco, também na capital; e Marcos Díaz, da diocese de León (noroeste), segundo essas fontes.

Também aparecem na lista os sacerdotes Gerardo Rodríguez, Mykel Monterrey e Raúl Zamora, que prestam serviços religiosos em igrejas de Manágua, informaram veículos de imprensa nicaraguenses editados na Costa Rica.

Estas prisões se somam às do bispo Isidoro Mora e de dois seminaristas em 20 de dezembro, que foram seguidas na última semana pelas do vigário-geral de Manágua, Carlos Avilés, e dos sacerdotes Héctor Treminio, Fernando Calero e Pablo Villafranca.

A polícia nicaraguense ainda não se pronunciou sobre essas denúncias.

Veículos de comunicação como La Prensa, Confidencial e 100% Noticias, que são editados na Costa Rica, citaram em suas denúncias fontes eclesiásticas, as advogadas Martha Molina e Yonarqui Martínez e a ativista de direitos humanos Haydée Castillo, todas no exílio.

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ONU condena prisões

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou nesta quinta-feira o “desaparecimento forçado” durante mais de uma semana na Nicarágua do bispo Isidoro Mora, bem como uma “nova onda de detenções de religiosos” católicos.

“Além de um ataque à liberdade individual, isto viola a liberdade religiosa, pilar de qualquer Estado democrático”, afirmou o escritório para a América Central e o Caribe desta agência da ONU.

Dom Mora, 53 anos, bispo de Sinua, é o segundo bispo detido depois do de Matagalpa, Dom Rolando Alvarez, 57 anos, a quem deu o seu apoio.

Detido desde agosto de 2022, Dom Alvarez foi condenado em 10 de fevereiro a 26 anos e quatro meses de detenção por “conspiração e divulgação de notícias falsas”. Ele tinha acabado de se recusar a partir para os Estados Unidos com 222 presos políticos que tinham sido expulsos e privados da sua nacionalidade nicaraguense.

O presidente Daniel Ortega, antigo guerrilheiro no poder desde 2007, está em conflito com a Igreja Católica. O Vaticano fechou a sua embaixada no país em março e o papa Francisco chamou o governo de Ortega de uma “ditadura grosseira”.

(Com informações da AFP)

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