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Trump testemunha em caso de fraude financeira na corte de Nova York

O ex-presidente Donald Trump compareceu na manhã desta segunda-feira (6) na corte de Nova York para testemunhar sobre o caso de fraude financeira das Organizações Trump. A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, investiga as finanças do ex-presidente e uma possível maquiagem de números sobre os bens do magnata com o objetivo de obter vantagens ilegais em operações financeiras. Além do pedido de cerca de 250 milhões de dólares em multa, caso seja condenado, Trump ficaria inabilitado a fazer negócios em Nova York.

O ex-presidente americano Donald Trump deixa o tribunal durante uma pausa para almoço, em Nova York, em 6 de novembro de 2023.
O ex-presidente americano Donald Trump deixa o tribunal durante uma pausa para almoço, em Nova York, em 6 de novembro de 2023. Getty Images via AFP - DAVID DEE DELGADO
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Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York. 

Apesar da grande presença da imprensa, o julgamento não pôde ser transmitido pela televisão, já que uma lei do estado de Nova York proíbe tal prática desde 1930,  de acordo com um relatório do Fundo para Tribunais Modernos.

Do lado de fora, porém, antes de entrar para depor, Trump aproveitou a presença da imprensa para usar a porta como um palanque, reafirmando que a investigação sobre a maquiagem de números de suas empresas não passa de uma perseguição política comum "às repúblicas bananeiras do terceiro mundo".

Ele disse ainda que a intenção da promotora Letitia James, a quem voltou a chamar de racista, é prejudicá-lo nas urnas em 2024. James é a primeira procuradora-geral negra de Nova York.

Primeiro em estados-chave segundo uma pesquisa de intenção de voto feita pela Sienna College/New York Times e divulgada nesta segunda-feira, Trump terminou sua fala com o slogan de campanha "Make America Great Again", logo depois de dizer que este era um dia triste para o país.

Em um ambiente menos amigável, no qual o sempre pouco protocolar Trump teve que respeitar às regras de decoro, o ex-presidente respondeu às perguntas do juiz Arthur F. Engoron. Entre as quais, estiveram questões específicas sobre a supervalorização da propriedade de Trump em Mar-a-Lago na Flórida, sobre o qual Trump deu respostas vagas, irritando o juiz, quem pediu diversas vezes durante o testemunho que Trump fosse mais direto com suas respostas.

Em dado momento, enquanto Trump descrevia Mar-a-Lago como um lugar “lindo” e “símbolo de sucesso”, o juiz Arthur F. Engoron, revirava os olhos para o teto.

Superfaturamento

No intervalo da manhã, Trump saiu do tribunal com uma expressão menos feliz do que tinha ao entrar, respondendo aos pedidos de comentários com um gesto selando os lábios.

Durante uma das perguntas sobre a aprovação da alteração do valor de um dos ativos, Trump reconheceu que tomou conhecimento de uma alteração, ainda que não necessariamente o havia aprovado. O ex-presidente disse ainda que não lembrava se o valor proposto era para aumentar ou diminuir esses ativos. Quando o juiz tentou pressioná-lo perguntando se Trump estava se baseando em informações corretas, a resposta foi “espero que sim”.

Além de Mar-a-Lago, um clube de golfe em Aberdeen na Escócia também foi motivo de escrutínio no caso que investiga como as organizações Trump tentaram tirar vantagem em empréstimos e contratação de seguros, ao superfaturar alguns dos imóveis e ativos da empresa. Segundo a procuradora-geral, foram utilizadas estratégias pouco ortodoxas para aumentar o valor do campo de golfe.

Trump manteve o silêncio nos corredores ao deixar a sala Paul G. Feinman do tribunal de Nova York na pausa para o almoço.

Os filhos do ex-presidente também estão sendo ouvidos na causa. Don e Eric testemunharam na semana passada e espera-se que Ivanka Trump dê sua versão dos fatos diante do juíz Engoron na próxima quarta-feira (8).

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