Acessar o conteúdo principal

EUA: Biden e republicanos chegam a acordo de princípio para evitar calote

Poucos dias antes do prazo para o calote da dívida pública americana, estimado para 5 de junho, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder republicano, Kevin McCarthy, chegaram a um "acordo de princípio", neste sábado (27), para evitar o default. O acordo, no entanto, ainda terá de ser validado pelo Congresso.

O líder da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discussões sobre a dívida pública americana, em 22 de maio de 2023.
O líder da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante discussões sobre a dívida pública americana, em 22 de maio de 2023. AFP - SAUL LOEB
Publicidade

A Câmara dos Deputados, com maioria republicana, votará na quarta-feira (31), afirmou seu líder. Em seguida será a vez da votação pelo Senado, com maioria democrata.

Em um breve discurso, McCarthy avaliou que o compromisso orçamental encontrado era "totalmente digno do povo americano", ainda que ele não tenha entrado em detalhes sobre o plano. O líder conservador apenas saudou as "reduções históricas" nos gastos públicos previstas no acordo, o que, ele afirma, era a principal reivindicação dos republicanos.

“Este acordo é um compromisso, o que significa que nem todos conseguem tudo o que querem”, reagiu por seu lado Joe Biden, garantindo que o texto “reduz despesas ao mesmo tempo em que protege programas públicos essenciais”.

O presidente democrata declarou que o acordo com os conservadores é "uma boa notícia, porque evita o que teria sido um calote catastrófico".

Kevin McCarthy indicou que voltará a se reunir neste domingo (28) com Biden, publicando, em seguida, o texto do acordo, resultado de difíceis negociações.

Presidenciais 2024

Diversos meios de comunicação americanos estimam que o acordo alcançado entre o executivo e a oposição eleva por dois anos, pelo até depois das eleições presidenciais de 2024, o teto da dívida pública americana.

Sem aumentar este limite, a primeira potência econômica mundial corre o risco de ficar inadimplente em 5 de junho, impossibilitada de honrar seus compromissos financeiros: sejam salários e pensões, sejam reembolsos a seus credores.

Como quase todas as grandes economias, os Estados Unidos vivem do crédito. Mas, ao contrário de outros países desenvolvidos, os EUA regularmente se deparam com uma restrição legal: o teto da dívida, seu valor máximo de endividamento, que deve ser formalmente elevado pelo Congresso.

Com isso, os republicanos, em maioria na Câmara dos Deputados desde janeiro, fizeram desse procedimento legislativo de rotina um instrumento de pressão política. Ao se recusarem a dar o chamado "cheque em branco" ao presidente democrata, eles condicionaram qualquer aumento desse teto, atualmente fixado em US$ 31,4 trilhões, a cortes orçamentários.

Joe Biden, candidato à reeleição, há muito se recusa a vir à mesa de negociações, acusando a oposição de manter a economia americana "refém" ao exigir tais cortes.

Mercado financeiro

Depois de diversas reuniões na Casa Branca entre os dois líderes, as equipes do presidente e do “speaker” republicano finalmente se propuseram a intermináveis ​​sessões de negociação – todas fortemente comentadas em Washington.

O acordo de princípio acertado na noite de sábado dá um pouco de fôlego aos mercados financeiros, que nunca chegaram a entrar realmente em pânico, mas que, com o impasse sobre a negociação do teto para evitar o não-pagamento da dívida, começava a ficar impaciente.

O fato é que compromissos alcançados em última hora neste tipo de assunto são relativamente comuns.

Sob a expectativa da votação, alguns progressistas do Partido Democrata, assim como representantes do Partido Republicano, ameaçam não ratificar ou adiar ao máximo um texto que faria muitas concessões ao campo oposto.

Um republicano eleito para a Câmara dos Representantes, Bob Good, estimou no sábado que, dado o que sabia sobre o acordo, "nenhum representante eleito alegando ser do campo conservador poderia justificar um voto positivo".

Risco

A agência de classificação de risco Fitch havia colocado a classificação AAA dos Estados Unidos "sob vigilância" na quinta-feira (25), afirmando que a dificuldade em chegar a um acordo "constituiria um sinal negativo em termos de governança".

A economia mundial, atualmente nas garras da "alta incerteza", poderia "dispensar" essas tensas negociações, também já havia criticado a diretora do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.