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ONU aconselha reduzir pela metade o uso de plásticos descartáveis para conter poluição

O mundo deve reduzir pela metade o uso de plásticos descartáveis ​​e adotar massivamente um novo comportamento que inclua a "reutilização, a reciclagem e novas alternativas a esse material para diminuir a poluição crescente". É o que aponta um relatório das Nações Unidas publicado nesta terça-feira (16). O documento não estabelece, no entanto, uma meta global de redução da produção de plásticos.

O PNUMA prevê um total de 408 milhões de toneladas de resíduos plásticos a serem gerenciados em 2040 se o atual modelo econômico continuar. Imagem ilustrativa.
O PNUMA prevê um total de 408 milhões de toneladas de resíduos plásticos a serem gerenciados em 2040 se o atual modelo econômico continuar. Imagem ilustrativa. AFP
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O estudo foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). “Os plásticos desempenham um papel positivo na sociedade de várias maneiras”, escreve inicialmente a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen. “No entanto, há um outro lado da moeda: a forma como produzimos, usamos e descartamos os plásticos polui os ecossistemas, ameaça a saúde humana e animal e desestabiliza o clima”, alerta.

Em 2019, foram produzidos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos em todo o mundo, dos quais 22% acabaram abandonados, ou seja, depositados em lixões, queimados a céu aberto ou lançados na natureza.

O relatório recomenda "em primeiro lugar, eliminar os plásticos problemáticos e desnecessários", em particular "reduzindo pela metade a produção de plásticos descartáveis".

O PNUMA não menciona diretamente uma meta de redução da produção de plásticos, que pode dobrar até 2040. A pesquisa estima que até esta data, o plástico poderia emitir 19% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Plástico abandonado no meio ambiente

Em contraste, o PNUMA destaca uma meta de redução da poluição, prevendo 408 milhões de toneladas de resíduos a serem gerenciados em 2040 se o atual modelo econômico continuar. Isso se traduziria em 227 milhões de toneladas de plásticos abandonados no meio ambiente.

Para evitar isso, o programa da ONU incentiva a comunidade internacional a adotar um “cenário de mudança sistêmica”, baseado em “três mudanças de mercado: reutilizar, reciclar, diversificar”.

“Promover a reutilização, venda a granel, sistemas de depósito, recolhimento de embalagens, podem reduzir a poluição plástica em 30%”, estima o relatório.

“Uma redução adicional de 20% pode ser alcançada se a reciclagem se tornar mais estável e lucrativa”, completa o documento, “eliminando os subsídios aos combustíveis fósseis” que tornam os novos plásticos muito baratos.

“Substituir embalagens por materiais alternativos (papel ou compostável) pode adicionar uma redução de 17%”, acrescenta o relatório baseado em cálculos do Pew Charitable Trusts e do gabinete Systemiq.

“Mesmo com essas medidas, 100 milhões de toneladas de plásticos de uso único ainda precisarão ser processados ​​a cada ano, até 2040, sem mencionar o legado considerável da poluição plástica existente”, completa a pesquisa.

Essa transição economizaria US$ 4,5 bilhões, estima o PNUMA, que prevê a criação de 700 mil empregos com a mudança, principalmente em países pobres.

Para Hirotaka Koite, responsável do Greenpeace, “o relatório fica muito aquém das ambições necessárias” porque “não fala de uma redução da produção global”. Para o grupo de proteção do meio ambiente, “tentaram mudar um cano, substituir as válvulas, mas não procuram fechar a torneira”.

(Com informações da AFP)

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