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Biden pede proibição de fuzis após mais um massacre nos EUA; país tem mais armas do que cidadãos

Neste domingo (7), Joe Biden voltou a pedir ao Congresso norte-americano que proíba os fuzis de assalto depois que um atirador abriu fogo em um shopping do Texas, matando oito pessoas, inclusive crianças. O mais recente tiroteio nos EUA causou pânico no sábado (6) no Allen Premium Outlets, um grande shopping center na cidade de Allen, a cerca de 40 quilômetros ao norte de Dallas, onde muitos cidadãos tinham ido fazer suas compras de fim de semana.

Participante do encontro anual da Associação Nacional do Rifle (NRA) manuseia metralhadora AK-47. Houston, 28 de maio de 2022.
Participante do encontro anual da Associação Nacional do Rifle (NRA) manuseia metralhadora AK-47. Houston, 28 de maio de 2022. AFP - PATRICK T. FALLON
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Um policial estava no local para tratar de outro assunto quando os tiros foram disparados por volta das 15h30 locais e "derrubou" o suspeito, disse o chefe de polícia local Brian Harvey.

Imagens de circuito fechado de televisão transmitidas pela CNN mostraram o atirador saindo de um sedã no estacionamento do shopping center e abrindo fogo, embora não se saiba o motivo.

O homem estava vestido com uniforme paramilitar e carregava um rifle de assalto, informou a Casa Branca. Sua identidade não foi divulgada.

"Allen é uma cidade segura e orgulhosa, o que torna esse ato de violência sem sentido ainda mais chocante", disse o prefeito, Ken Fulk.   

"Tragédia indescritível"    

Seis pessoas morreram no local e duas outras morreram no hospital. Entre elas estavam crianças, informou a Casa Branca. Três dos sete feridos foram submetidos a cirurgias de emergência, disse o chefe dos bombeiros de Allen, Jonathan Boyd.

O governador do estado, Greg Abbott, lamentou uma "tragédia indescritível". O Texas é um dos estados mais permissivos dos EUA no que diz respeito ao porte de armas. Joe Biden denunciou um "ato de violência sem sentido" em uma declaração na manhã deste domingo e ordenou que as bandeiras da Casa Branca e dos edifícios federais e militares fossem hasteadas a meio mastro, em homenagem às vítimas.

O presidente dos EUA também pediu novamente ao Congresso norte-americano que proibisse os fuzis de assalto e implementasse medidas para restringir o acesso às armas. "Muitas famílias têm cadeiras vazias em sua mesa. Os membros republicanos do Congresso não podem continuar a responder a essa epidemia com um encolher de ombros", disse ele.

Mas é improvável que seu apelo seja bem-sucedido porque os republicanos, que controlam a Câmara dos Deputados, se opõem ferozmente a essas medidas.

"Carnificina"   

De acordo com as autoridades, a rápida intervenção da polícia e dos bombeiros permitiu "salvar vidas". Steven Spainhouer, uma testemunha no local, disse que tentou reanimar várias vítimas, incluindo uma mulher, mas não conseguiu.

"Tentei medir seu pulso, virei sua cabeça para o lado e ela não tinha rosto", disse ele à CBS. O homem disse que também resgatou uma criança que sobreviveu enquanto estava sendo protegida pelo corpo de sua mãe morta. "Ela estava coberto de sangue da cabeça aos pés, como se alguém tivesse derramado sangue sobre ele", detalhou.

"Essa é uma situação que eu não desejaria a ninguém. É simplesmente inimaginável ver tamanha carnificina", acrescentou. Jaynal Pervez, outra testemunha entrevistada pela CBS, descreveu ter visto "sapatos e telefones de pessoas na rua".

Essa nova tragédia faz parte de uma sucessão de assassinatos, principalmente no Texas, onde cinco pessoas, incluindo uma criança de nove anos, foram mortas no fim de semana anterior por um homem armado com um fuzil de assalto.

Com mais armas do que pessoas, os EUA têm a maior taxa de mortes por arma de fogo de qualquer país desenvolvido: 49.000 em 2021, em comparação com 45.000 em 2020.

O site especializado Gun Violence Archive já registrou mais de 199 incidentes nos EUA este ano em que quatro ou mais pessoas foram feridas ou mortas por armas de fogo.

(Com AFP)

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