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Chile: incêndios que já mataram 22 pessoas foram provocados por ação humana

A Promotoria chilena anunciou a prisão de duas pessoas ligadas aos incêndios florestais que já fizeram 22 vítimas no centro-sul do país. Os suspeitos teriam sido responsáveis pelo fogo que atingiu as regiões de Biobío e La Araucanía. Mais de 200 focos de incêndio foram identificados no Chile e a situação está longe de ser controlada, de acordo com as autoridades locais. 

Chilenos observam as chamas que atingem florestas em Santa Juana, em 3 de fevereiro de 2023.
Chilenos observam as chamas que atingem florestas em Santa Juana, em 3 de fevereiro de 2023. AFP - JAVIER TORRES
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Com informações de Javier Torres e Pedro Schwarze, em Santiago

Desde quinta-feira (2), o trânsito teve de ser interrompido em uma das principais rodovias que levam à cidade de Concepción (510 quilômetros ao sul de Santiago) devido à proximidade das chamas. Os incêndios, desencadeados por uma onda de calor extremo, com recordes acima de 41ºC e em meio a uma seca severa e prolongada, são  causados, em 99% dos casos, ​​por responsabilidade humana.

"Temos que destacar que há 13 mortes no total: 11 no município de Santa Juana, além de um piloto de nacionalidade boliviana e um mecânico de nacionalidade chilena que estavam em um helicóptero usado para combater este incêndio ”, afirmou na sexta-feira Mauricio Tapia, vice-diretor do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred). Neste sábado, o número de vítimas foi atualizado para 22. 

"Muito triste pelo acidente de helicóptero no qual morreu o piloto e o mecânico que trabalhavam no combate ao incêndio no município de Galvarino, em La Araucanía", escreveu o ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, em sua conta no Twitter.

Outra vítima fatal identificada em Santa Juana, na região de Biobío, era uma voluntária do corpo de bombeiros daquela localidade. Situada a 52 quilômetros ao sul de Concepción, a cidade é um dos epicentros da tragédia.

Segundo um morador, entrevistado pela Rádio Cooperativa, os proprietários não puderam fazer nada para conter a intensidade das chamas. "Só peço que Deus tenha misericórdia. Só isso. O que acontecer está nas mãos de Deus", assegurou.

O fogo já destruiu mais de 47 mil hectares, segundo as autoridades chilenas, atingindo 97 casas e deixando 22 feridos, oito deles em estado grave. Dos 251 incêndios ativos, 80 ainda estão fora de controle. A situação traz lembranças da catástrofe ocorrida no início de 2017, quando o fogo começou em áreas agrícolas e florestais e acabou progredindo até ameaçar zonas povoadas.

Estado de catástrofe

O governo chileno declarou estado de catástrofe na sexta-feira (3) nas regiões de Ñuble e Biobío (centro-sul).

O presidente Gabriel Boric decidiu suspender as férias e viajou para Concepción, na região de Ñuble. "Vamos fazer patrulhamento em toda a área. O mais importante agora é apagar os incêndios. O Estado está mobilizado para isso", disse o presidente. "Não vamos deixá-los sozinhos", foi a frase mais repetida por ele.

A declaração do estado de catástrofe, estado de exceção constitucional, permite medidas como o envio de recursos adicionais para controlar a emergência e socorrer as populações afetadas. No momento, 75 aeronaves e mais de 2.300 brigadistas trabalham no combate aos incêndios.

 

 

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