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Candidatos a eleições municipais no Equador são acusados de envolvimento com narcotráfico

A menos de um mês de eleições municipais, regionais e de um referendo sobre a Constituição em 5 de fevereiro, a campanha eleitoral é tensa no Equador. Mais de 20 candidatos foram denunciados por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas e em casos de corrupção. A oposição acusa o presidente Guillermo Lasso de não identificar nem enfrentar os políticos corruptos. 

O presidente do Equador Guillermo Lasso fala durante plenária da Conferência das Américas, em 10 de junho de 2022, em Los Angeles. O Equador vive uma campanha eleitoral tensa.
O presidente do Equador Guillermo Lasso fala durante plenária da Conferência das Américas, em 10 de junho de 2022, em Los Angeles. O Equador vive uma campanha eleitoral tensa. AP - Marcio Jose Sanchez
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Éric Samson, correspondente da RFI no Equador

O deputado do partido liberal Aliança Honestidade, Fernando Villavicencio, presidente da Comissão de Controle da Assembleia Nacional, acusa, em um documento entregue à procuradoria e ao Conselho Nacional Eleitoral, 21 candidatos de envolvimento com o tráfico de drogas e a corrupção. 

Na lista, aparecem concorrentes a prefeituras, postos distritais e assembleias legislativas de cinco províncias, nas próximas eleições.  

Entre eles, Adis Solis, candidata à prefeitura da cidade de San Lorenzo, próxima da fronteira com a Colômbia, pelo partido do ex-presidente Rafael Correa, Revolução Cidadã. Ela foi denunciada por enriquecimento ilícito e envolvimento com o narcotráfico. 

Solís desempenhou vários cargos públicos entre 2009 e 2020. Em 2017 ela declarou um patrimônio de U$ 1.200, sem veículos ou imóveis. Mas dois anos depois, seu patrimônio chegou a U$ 240.000. A candidata não conseguiu justificar a origem dos fundos. 

Entre os cargos ocupados, ela foi diretora de Registro Civil em San Lorenzo, onde teria operado uma rede de corrupção que entregava, de forma irregular, carteiras de identidade para colombianos integrantes das FARC e jogadores de futebol. 

Villavicencio afirma também que a campanha de Hólger Manjarrés, candidato à prefeitura de Atacames, na província de Esmeraldas, no norte do país, é financiado por um traficante de drogas equatoriano, Enrique Portocarrero, atualmente detido na Espanha. 

Um dos candidatos à prefeitura de Tosagua, na província de Manabi, oeste do país, teria construído pistas de pouso para os "narco jets", usados para transportar cocaína, segundo a polícia. 

Narco-estado

Para Villavicencio, o Equador está se transformando em um "narco-estado". "Com a prisão do filho de El Chapo, o México diz ao mundo que não pode haver democracia e liberdade se organizações criminosas gangrenam o sistema político. A história da Colômbia é outro grito de alerta para nosso continente e, infelizmente, o Equador segue outro caminho", declarou. 

O Ministério Público anunciou a abertura de uma investigação preliminar. 

Um referendo foi proposto pelo governo para modificar a Constituição em matéria de segurança, entre outros temas. A campanha eleitoral começou em 3 de janeiro a meia noite. 

O Equador, que se localiza entre a Colômbia e o Peru, os dois principais produtores mundiais de cocaína, durante muito tempo foi imune à violência que atingia seus vizinhos. Mas atualmente, cartéis mexicanos de Sinaloa, do Golfo e dos Zetas fizeram do país um território de disputa entre grupos mafiosos. 

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