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México sediará próxima etapa de negociações de paz entre ELN e governo da Colômbia

O México será a sede da próxima etapa da das negociações de paz entre entre representantes do governo da Colômbia e integrantes do ELN, sigla da guerrilha Exército de Libertação Nacional. A decisão foi anunciada no início da tarde desta segunda-feira (12) em Caracas, a capital da Venezuela, onde ambas as partes retomaram os diálogos após quatro anos de pausa nas reaproximações.

Pablo Beltran, chefe do grupo guerrilheiro de esquerda Exército de Libertação Nacional (ELN), e Otty Patino, chefe da equipe de negociação do governo colombiano, em entrevista coletiva após a realização da última rodada de negociações de paz com o governo da Colômbia para este ano, em Caracas, Venezuela, 12 de dezembro de 2022.
Pablo Beltran, chefe do grupo guerrilheiro de esquerda Exército de Libertação Nacional (ELN), e Otty Patino, chefe da equipe de negociação do governo colombiano, em entrevista coletiva após a realização da última rodada de negociações de paz com o governo da Colômbia para este ano, em Caracas, Venezuela, 12 de dezembro de 2022. REUTERS - LEONARDO FERNANDEZ VILORIA
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Elianah Jorge, correspondente da RFI na Venezuela

No primeiro ciclo de conversas, iniciado em 21 de nombrembro deste ano, ficou decidido que representantes da Igreja participarão da próxima etapa dos diálogos. Estados Unidos e outros países, entre eles Alemanha, Brasil e Espanha e Suíça serão convidados para serem "acompanhantes do processo". Por sua vez, Chile e México poderão participar como "mediadores", unindo-se a Cuba, Venezuela e Noruega.

Estes foram os primeiros passos manifestados entre o governo de Gustavo Petro e membros da mais antiga guerrilha colombiana. Estes resultados foram anunciados após 21 dias de negociações na Venezuela.

Os frutos desta primeira etapa são considerados positivos, sobretudo porque várias vezes ambas as partes ensaiaram uma reaproximação. Estas foram interrompidas por vários motivos.

A última reaproximação aconteceu  em 2018, durante o governo de Ivan Duque, quando um carro bomba explodiu em uma academia de cadetes militares em Bogotá. O atentado deixou dezenas de mortos e feridos. No documento divulgado pelas redes sociais do Alto Comissariado para a Paz - do governo colombiano -  destaca que foram feitos ajustes na agenda de diálogos e temas negociados na aproximação feita em 2016.

Emergência humanitária

Um dos pontos de destaque do documento recai sobre o Acordo sobre Ações e Dinâmicas Humanitárias. Este tópico determina que ambas as partes reconhecem "a grave situação de violência nos territórios" e decidiram colocar em ação um acordo parcial de atenção de emergências. Este começa em janeiro do próximo ano nas regiões do Valle Del Cauca e em Chocó, uma das mais afetadas pelas violência em áreas rurais da Colômbia.

Por questões de emergência humanitária, diante da grave situação nas prisões colombianas, foi definida a atenção de emergência humanitária a um grupo de presos políticos do ELN.

Também foi institucionalizada a Mesa de Diálogos de Paz, com a adoção de princípios e procedimentos básicos para o estabelecimento de protocolos com regras claras para as delegações da Colômbia e do ELN.

Esses princípios estão atrelados ao apoio da comunidade internacional, no caso os países mediadores e seu papel como testemunhas.

As Nações Unidas participam como organismo permanente de acompanhamento e a reativação do Grupo de Países de Apoio, ressalta o documento.

O ensaio de reaproximação da guerrilha com o governo de Gustavo Petro aconteceu em paralelo à posse do primeiro presidente de esquerda da Colômbia, em 7 de agosto deste ano.

De acordo com fontes não oficiais, há células do ELN em pelo menos 12 estados da Venezuela. A influência da guerrilha em território venezuelano acontece desde o governo do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2003).

Como "manifestação clara de compromisso com a paz na Colômbia, o ELN colocou em liberdade 20 pessoas - entre elas civis e integrantes da força pública", destacou o documento.

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