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Escritor britânico Salman Rushdie é apunhalado no pescoço durante evento nos EUA

O autor britânico Salman Rushdie, cujo livro Versos Satânicos o tornou alvo de uma fatwa [sentença de morte islâmica] emitida pelo aiatolá iraniano Rouhollah Khomeini em 1989, foi esfaqueado nesta sexta-feira (12), quando estava prestes a dar uma palestra no estado de Nova York. 

Escritor Salman Rushdie no chão após ataque no Instituto Chautauqua, Nova York, sexta-feira 12 de agosto de 2022.
Escritor Salman Rushdie no chão após ataque no Instituto Chautauqua, Nova York, sexta-feira 12 de agosto de 2022. AP - Joshua Goodman
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Um homem se precipitou sobre o palco da Instituição Chautauqua no começo da apresentação de Salman Rushdie e começou a esmurrar o escritor, de acordo com um repórter da agência de notícias norte-americana AP, citado pelo canal de notícias britânico SkyNews. As imagens de vídeo postadas nas redes sociais mostraram pessoas correndo em auxílio de alguém que havia caído no chão.

A polícia estadual de Nova York diz que Salman Rushdie foi supostamente esfaqueado no pescoço. Ele foi levado de helicóptero para um hospital de área, mas seu estado é desconhecido nesta fase. Seu agressor foi levado sob custódia e uma investigação foi aberta.

Versos Satânicos

O autor de 75 anos ganhou destaque com seu segundo romance, Midnight's Children, em 1981, que ganhou aclamação internacional e o prestigioso prêmio British Booker Prize por seu retrato da Índia pós-independência. Mas seu livro The Satanic Verses (Versos Satânicos, em português), publicado sete anos mais tarde, levou a uma "fatwa", uma sentença de morte do aiatolá Khomeini do Irã. O romance foi considerado por alguns muçulmanos como desrespeitoso ao profeta Maomé.

Salman Rushdie, nascido em 1947 em Bombaim, na Índia, dois meses antes de sua independência do Império Britânico, tenta continuamente não ser reduzido ao escândalo que levou à fatwa iraniana.

Mas a ascensão do Islã radical não parou de trazê-lo de volta ao que sempre foi aos olhos do Ocidente: um símbolo da luta contra o obscurantismo religioso e pela liberdade de expressão. Já em 2005, ele considerou que esta "fatwa" havia sido um prelúdio dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Forçado a viver escondido e sob proteção policial, indo de esconderijo em esconderijo, ele se chamou Joseph Anton em homenagem a seus autores favoritos, Joseph Conrad e Anton Chekhov. O autor enfrenta uma imensa solidão, agravada pela separação de sua esposa, a romancista norte-americana Marianne Wiggins, a quem o livro Versos Satânicos foi dedicado.

Tendo se estabelecido em Nova York por vários anos, Salman Rushdie havia retomado uma vida mais ou menos normal, enquanto continuava a defender a sátira e a irreverência em seus livros.

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