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Massacre em Uvalde relança debate sobre porte de armas e mostra banalização da violência

O ataque contra uma escola de Uvalde, no sul dos Estados Unidos, teve forte repercussão na imprensa francesa desta quinta-feira (26). Os jornais do país afirmam que a tragédia traz novamente à tona o debate sobre o porte de armas no país.

Policiais diante da escola Robb Elementary School, em Uvalde, no Texas, após massacre perpetrado em 24 de maio de 2022.
Policiais diante da escola Robb Elementary School, em Uvalde, no Texas, após massacre perpetrado em 24 de maio de 2022. © Brandon Bell / AFP
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"Os Estados Unidos entram choque e se revoltam após um novo massacre de crianças no Texas", diz a manchete do jornal Le Figaro. O diário afirma que o país é palco da "banalização de uma violência sórdida" e que o ataque em Uvalde é "mais um na lista" das tragédias envolvendo armas, ocorridas nos Estados Unidos.

O Le Figaro relata que o massacre aconteceu na manhã de terça-feira (24) e foi perpetrado por Salvador Ramos, de 18 anos, na escola Robb Elementary School. Ele matou a tiros 19 crianças, além de duas professoras. Quinze pessoas ficaram feridas e duas estão hospitalizadas entre a vida e a morte.

"Com Uvalde, são 212 massacres desde o início deste ano no país, o vigésimo sétimo em uma escola", destaca o jornal. O assassino comprou o fuzil utilizado no ataque na internet por US$ 1.370, com o qual atirou contra a própria avó, em casa, antes de se dirigir à escola. "Como é possível adquirir armas de guerra desta forma quando não é nem mesmo permitido comprar uma cerveja antes dos 21 anos?", questiona o diário.

"O pesadelo americano" é manchete no jornal Le Parisien. O diário afirma que o ataque traz novamente à tona o debate sobre o porte de armas nos Estados Unidos. Cerca de 90% dos americanos, segundo pesquisas recentes, querem uma regulamentação mais rígida das armas de fogo. "Mas nada acontece no Congresso, imobilizado pelo Partido Republicano. Por mais inexplicável que possa parecer, os cidadãos elegem e reelegem representantes que se opõem a qualquer legislação ambiciosa sobre a questão", reitera Le Parisien. 

O arcebispo de San Antonio, Gustavo Garcia Seller, conforta famílias em um centro cívico, após o ataque à escola Robb Elementary School em Uvalde, Texas, nos Estados Unidos em 24 de maio de 2022.
O arcebispo de San Antonio, Gustavo Garcia Seller, conforta famílias em um centro cívico, após o ataque à escola Robb Elementary School em Uvalde, Texas, nos Estados Unidos em 24 de maio de 2022. AP - Dario Lopez-Mills

Primeira causa de morte de crianças

"As armas de fogo são os piores inimigos dos jovens nos Estados Unidos" é manchete do jornal Libération. Mais de quatro mil americanos com menos de 20 anos foram mortos à bala em 2020, a primeira causa de mortalidade de crianças no país. 

A situação ainda pode piorar se nada for feito, afirma o jornal. Nos últimos dois anos, devido aos lockdowns impostos durante a pandemia de Covid-19, milhares de americanos adquiriram armas para se proteger em caso de roubos. Apenas entre janeiro e abril de 2021, 7 milhões e meio de cidadãos compraram uma arma, o que representa 3% da população dos Estados Unidos, conclui o Libération

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