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Xiomara Castro reivindica vitória e Honduras deve ter primeira mulher presidente

A candidata de esquerda Xiomara Castro, do Partido Liberdade e Refundação, reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de Honduras, realizadas nesse domingo (28). Ela tem quase 20 pontos de vantagem sobre o candidato governista Nasry Asfura, do Partido Nacional de direita, após a apuração de 42% das urnas.

Xiomara Castro (centro), do partido LIVRE, reivindicou vitória nas eleições presidenciais de Honduras realizadas em 28 de novembro.
Xiomara Castro (centro), do partido LIVRE, reivindicou vitória nas eleições presidenciais de Honduras realizadas em 28 de novembro. © REUTERS/ Jose Cabezas
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Porém, o Conselho Nacional Eleitoral hondurenho ressalta que o resultado ainda é provisório e pede aos candidatos e eleitores para aguardarem o resultado definitivo. "Nenhuma candidata ou candidato pode se declarar vencedor até que o último voto seja processado", advertiu o presidente do CNE, Kelvin Aguirre, em uma entrevista coletiva.

Os simpatizantes de Castro, no entanto, festejaram na capital Tegucigalpa. Se a tendência for confirmada, Xiomara Castro, mulher do presidente destituído Manuel Zelaya será, aos 62 anos, a primeira mulher a presidir Honduras.

Participação histórica

Os eleitores foram às urnas para eleger o sucessor de Juan Orlando Hernandez, do Partido Nacional, que não estava concorrendo. A participação atingiu o nível “histórico” de 62%, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na noite de domingo, anunciando os primeiros resultados parciais.

Com os votos de mais de 41% dos centros de votação apurados, Xiomara Castro, obtinha 53,46% dos votos, enquanto seu adversário do Partido Nacional (PN, à direita) Nasry Asfura, alcançava pouco mais de 34%.

Xiomara Castro prometeu "formar um governo de reconciliação" e estabelecer uma "democracia participativa". “Estendo a mão aos meus adversários, porque não tenho inimigos”, disse ela no domingo, prometendo expulsar “o ódio, a corrupção, o narcotráfico e o crime organizado”.

Esta não é a primeira candidatura presidencial da chefe do Partido Livre. Xioamara Castro perdeu em 2013 por uma diferença pequena para Hernandez, que depois concorreu a um segundo mandato, em 2017. Sua questionável reeleição contra o astro da televisão Salvador Nasralla desencadeou manifestações violentas no país, sob denúncias de fraude, que mataram quase trinta pessoas.

Combate à corrupção

Em 2021, as circunstâncias mudaram. Além do fato de vários candidatos terem optado por se retirar da corrida presidencial para apoiar Xioamara Castro, o risco de fraude durante a votação é menor, analisa Víctor Meza, diretor da ONG Centro de Documentação de Honduras. “Embora a fraude continue sendo um perigo potencial, posso afirmar categoricamente que as chances de se cometer uma fraude como a de 2017 são praticamente nulas. Em outras palavras, a fraude não está excluída, mas as chances de alcançá-la são infinitamente menores", afirmou.

“A questão que mais mobiliza a população hondurenha é a corrupção”, completa Víctor Meza. “Há uma espécie de cansaço nacional, seja qual for a filiação política e a simpatia de cada um. Um cansaço nacional, um cansaço diante da degradação ética da sociedade, a instauração de um regime corrupto que abrange praticamente todos os elos da sociedade hondurenha. A questão da corrupção, se não for a única, está em primeiro lugar," observa.

Mais da metade dos dez milhões de habitantes de Honduras vive abaixo da linha da pobreza e a pandemia de coronavírus acentuou as dificuldades. Muitos tentam se juntar a seus compatriotas que fugiram da violência e da miséria, a esmagadora maioria partindo para os Estados Unidos.

O presidente que deixa o cargo ainda está envolvido em investigações do crime organizado. Traficantes de drogas detidos nos Estados Unidos o implicaram, junto com seu irmão Tony, condenado por um tribunal federal dos Estados Unidos à prisão perpétua por envolvimento no tráfico de 185 toneladas de cocaína.

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