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Woody Allen/Protestos

Editora francesa cancela lançamento mundial de autobiografia de Woody Allen após protestos

O grupo francês Hachette anunciou nesta sexta-feira (6) que não publicará mais autobiografia do diretor de cinema americano Woody Allen. O lançamento estava previsto nos Estados Unidos no próximo dia 7 de abril e na França no dia 29/04. A decisão foi tomada após uma manifestação dos funcionários da editora e de uma série de críticas contra a publicação.

O cineasta americano Woody Allen,em junho de 2017 em Hollywood.
O cineasta americano Woody Allen,em junho de 2017 em Hollywood. KEVIN WINTER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP
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Ronan Farrow, filho de Woody Allen que denúncia com frequência o pai, encabeça as críticas contra o lançamento do livro.

As memórias de Woody Allen, intituladas “Apropos of Nothing” (A propósito de nada) é o “relato exaustivo da vida do cineasta, profissional e pessoal. O texto lembra sua carreira no cinema, na televisão, em cena nos clubes, assim como seu trabalho de escritor”, informou a Hachette Book Group (HBG) em comunicado. A editora garante que “devolverá todos os direitos autorais ao cineasta".

“Foi uma decisão difícil” disse Sophie Cottrell, porta-voz do grupo Hachette nos Estados Unidos, em uma mensagem enviada à AFP. “Após muitas discussões com os funcionários e outras pessoas envolvidas, a direção chegou à conclusão que não seria possível fazer o lançamento”, completou.

Em entrevista à rádio France Inter, Manuel Carcassonne, editor da Stock, que pertence à Hachette e que iria editar o livro na França, declarou que “Woody Allen não é Roman Polanski” e pediu para que as pessoas não julgarem todas os casos do mesmo jeito.

Recusa de editores americanos

O grupo francês Hachette foi o único nos Estados Unidos que tinha aceitado editar a autobiografia de Woody Allen. Até agora, todos as grandes editoras americanas se recusaram a publicar o livro do cineasta, acusado de ter abusado sexualmente de sua filha adotiva Dylan Farrow quando ela tinha sete anos. Ele nega a acusação.

Ronan Farrow, que apoia a irmã, afirmou que a editora não a contactou para comparar sua versão com a do pai adotivo. O jornalista do New Yorker, um dos instigadores do movimento #Metoo, ficou sabendo da publicação pela imprensa e denunciou uma “falta de ética e de compaixão com as vítimas de agressão sexuais”. Farrow, que também é editado pela Hachette, anunciou que nunca mais vai trabalhar com a editora francesa. Ele agradeceu os funcionários do HBG que na quinta-feira (5) abandonaram seus escritórios para protestar em Nova York contra o lançamento.

Woody Allen ainda não reagiu, mas nas redes sociais algumas personalidades criticaram a decisão da Hachette. O escritor americano Stephen King tuítou que ficou “incomodado” e se pergunta “quem será o próximo censurado”.

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