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Washington/Aborto

Mais um passo atrás: Trump será primeiro presidente dos EUA a participar de marcha antiaborto

Donald Trump participará da "Marcha pela Vida" marcada para esta sexta-feira (24) em Washington. O evento anual, organizado por militantes contrárias ao aborto, contará pela primeira vez com a presença de um presidente americano.

Ativistas antiaborto na "Marcha pela Vida" realizada em 18 de janeiro de 2019, em Washington.
Ativistas antiaborto na "Marcha pela Vida" realizada em 18 de janeiro de 2019, em Washington. Foto: AFP/Saul Leob
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Trump irá transgredir a posição de neutralidade adotada por seus antecessores na Casa Branca, que nunca se alinharam ao movimento conservador antiaborto. Além de confirmar sua participação na manifestação, na última quarta-feira (22), ele ainda engrossou o chamado: "Vejo você na sexta-feira", tuitou o bilionário republicano, prevendo "uma multidão" na marcha.

Em 2017, Mike Pence se tornou o primeiro vice-presidente dos Estados Unidos a participar dessa passeata. Em 2018, Trump já deu sinais de que seguiria os passos de Pence, ao falar com os ativistas reunidos em Washington por meio de um grande telão. O curioso é que, no passado, o imprevisível magnata declarou ser favorável ao direito ao aborto.

Em um comunicado, a organizadora da marcha, Jeanne Mancini, comemorou a adesão do participante ilustre. "Estamos profundamente honrados em receber o presidente Trump na 47ª Marcha pela Vida", disse Mancini. "Desde a nomeação de juízes pró-vida (...), a redução do financiamento dos contribuintes para o aborto em casa e no exterior e o apelo para acabar com o aborto tardio, o presidente Trump e seu governo têm sido defensores constantes da vida", festejou ela.

Possibilidade de recuo histórico

Essa marcha é geralmente organizada em torno do aniversário da decisão emblemática da Suprema Corte "Roe v. Wade", que legalizou a interrupção voluntária da gravidez (IVG) nos Estados Unidos em 22 de janeiro de 1973. Mas, com a eleição de Trump e a nomeação pelo republicano de dois juízes antiaborto na Suprema Corte, os ativistas antiaborto perceberam que estavam diante de uma oportunidade única para reforçar seu combate. A perspectiva da reeleição de Trump, em novembro, deixa esses militantes ainda mais entusiasmados.

Vários estados conservadores adotaram leis muito restritivas sobre o aborto nos últimos tempos, e esperam que a batalha judicial lançada para revogar este direito arduamente conquistado pelas mulheres chegue até a mais alta jurisdição do país. Agora, com uma maioria de juízes conservadores, a Suprema Corte poderia reverter esta garantia oferecida às mulheres americanas há quase 50 anos. O primeiro teste decisivo ocorrerá em março, quando a Suprema Corte examinará uma lei restritiva da Louisiana.

*Com informações da AFP

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