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Rússia/Nemtsov

Suspeitos pelo assassinato de opositor russo teriam sido torturados

O principal suspeito do assassinato do opositor russo Boris Nemtsov declarou nesta quarta-feira (11) que é inocente. O ex-policial checheno diz que confessou o crime sob tortura, de acordo com uma jornalista russa e um membro de uma comissão russa de Direitos Humanos que puderam visitá-lo na prisão de Lefortovo, em Moscou. Há suspeitas de que outros acusados de envolvimento no assassinato também foram torturados.

Zaour Dadaïev na prisão de Lefortovo, em Moscou.
Zaour Dadaïev na prisão de Lefortovo, em Moscou. REUTERS/Tatyana Makeyeva
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O principal suspeito de ter assassinado o opositor russo Boris Nemtsov, se chama Zaour Dadaïev e tem 31 anos. Ele está preso em Lefortovo desde a semana passada.Ele relatou aos dois defensores dos direitos humanos que trabalhou em uma unidade das forças especiais da Chechênia até o dia 28 de fevereiro, um dia depois da morte de Nemtsov.

Dadaïev contou que depois de ser preso, dias mais tarde, passou 48 horas algemado, sem comer. Durante esse período, ele só pôde beber três ou quatro goles de água.

Logo depois do anúncio do governo russo de que o assassino e outros suspeitos pela morte do opositor tinham sido indiciados, vários analistas comentaram que Dadaïev era o suspeito ideal: ex-policial na Chechênia, um muçulmano fervoroso, que teria ficado revoltado com o apoio de Boris Nemtsov à publicação de caricaturas de Maomé no jornal satírico Charlie Hebdo.

Outras suspeitas de tortura

Além de Dadaïev, outros dois dos cinco suspeitos de terem participado do assassinato de Boris Nemtsov, e que também estão presos em Moscou, teriam sido torturados. A denúncia foi feita pelo mesmo militante de direito humanos Andreï Babouchkine, que pôde visitar os detentos na penitenciária de Lefortovo.

Babouchkine integra o Conselho Consultativo dos Direitos Humanos, ligado ao Kremlin. O governo russo não demorou a reagir a essas acusações de tortura e lançou uma advertência. O Kremlin disse que Babouchkine está cometendo uma "ingerência inadmissível" nas investigações e vai ser convocado para interrogatório.

 

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