Netanyahu é indicado para formar novo governo de Israel mas ainda não tem maioria
Após três dias de consultas e reflexão, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, decidiu nesta quarta-feira (25) encarregar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de formar o próximo governo. O premiê havia empatado com seu adversário, Benny Gantz, nas eleições legislativas da semana passada, que mergulharam o país em um impasse político.
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Os dois adversários políticos reivindicavam o direito de formar o novo governo israelense. No final das consultas, o presidente Reuven Rivlin escolheu o nome que conseguiu angariar mais apoio no Parlamento.
"Cabe ao primeiro-ministro e líder do Likud, Benjamin Netanyahu, formar o próximo governo", disse a presidência em comunicado. Mas a tarefa do atual premiê conservador não será nada fácil.
Depois do aceitar a indicação, Netanyahu reiterou o pedido a seu rival, Benny Gantz, para formar um governo de coalizão. Mas, imediatamente, o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas e líder do partido de centro-esquerda Azul e Branco, recusou o pedido. Gantz se nega a participar de um governo dirigido por um primeiro-ministro que poderá ser processado.
"O Partido Azul e Branco que eu dirijo não aceitará uma vaga em um governo, no qual seu chefe está sob uma grave acusação", declarou Gantz em sua página no Facebook. Benjamin Netanyahu deve ser ouvido pela Justiça por acusações de "fraudes" e "malversação" em outubro, quando pode ser indiciado.
Sinuca
Benjamin Netanyahu superou mais um obstáculo para se manter no poder. Mas Tal Schneider, jornalista político do diário Globes, ouvido pelo correspondente da RFI em Israel, avalia que sua margem de manobra é pequena. “Não há um único deputado, além dos 55 apoios que ele já conseguiu, disposto a entrar em seu governo agora”. O Knesset, o parlamento israelense, tem 120 cadeiras e ela ainda não tem a maioria necessária para governar.
Nessas condições, ao designar o atual primeiro-ministro, o presidente israelense colocou Netanyahu numa sinuca. O mandato para a formação do novo governo é válido apenas 28 dias. Israel entra agora em um período de festas religiosas que vai frear o ritmo das negociações.
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