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Hino “Glória a Hong Kong” é nova arma dos protestos que já duram 3 meses

As táticas de protesto dos manifestantes de Hong Kong não param de se transformar. Nesta semana, um hino não oficial, “Glória a Hong Kong”, tem sido entoado em em diversas ocasiões e lugares, como o IFC (International Financial Center), um dos shoppings mais chiques da região autônoma. A canção, que surgiu na internet, logo se espalhou pelas ruas em mais um sinal de descontentamento da população.

Manifestantes de Hong Kong na estação Tung Chung. 7 de setemebro de 2019.
Manifestantes de Hong Kong na estação Tung Chung. 7 de setemebro de 2019. REUTERS/Anushree Fadnavis
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“Agora que temos nosso hino, vamos em todos os shoppings para cantá-lo até que o governo atenda às nossas exigências”, disse a moradora Wandy, entrevistada pela correspondente da RFI em Hong Kong, Florénce de Changy. “Foi alguém da internet que o criou, portanto é anônimo. Mas a música viralizou e agora todos podem encontrá-lo no YouTube e todos conhecem a letra”, afirmou, por sua vez, a manifestante Jennifer.

A nova “moda” conquistou diversos adeptos, dos vendedores das lojas dos shoppings aos banqueiros “engravatados”. A canção também foi entoada nesta sexta-feira (13) durante um ato pacífico em que milhares de manifestantes acenderam luzes e lasers para lembrar a determinação do movimento social, que começou há três meses.

Esse período marca o início das festas tradicionais do calendário chinês, em geral focalizadas nas reuniões em família ou em votos de sucesso para o futuro. Na região de Peak, onde é possível ter um ponto de vista de Hong Kong, diversos manifestantes fizeram uma corrente humana. Em todos os protestos, as pessoas ergueram a voz para cantar o “hino viral”. 

Eventos cancelados ou adiados

O torneio internacional feminino de tênis de Hong Kong aumentou, nesta sexta-feira, a lista de eventos esportivos e culturais alterados por causa da onda de manifestações na ex-colônia britânica. Os organizadores do Open WTA, previsto para acontecer no início de outubro, anunciaram seu adiamento por tempo indeterminado, fazendo menção à "situação atual" no território.

Hong Kong atravessa sua pior crise política desde sua devolução para a China em 1997, com manifestações quase diárias. Em alguns casos, os protestos levaram a violentos confrontos entre radicais e as forças de segurança. "Depois de muita conversa com nossos associados, concluímos que uma celebração tranquila do torneio será possível em uma data posterior", afirmou a Federação de Hong Kong (HKTA) em um comunicado.

Na quinta-feira (12), os produtores do musical Matilda, uma adaptação do livro infantil de Roald Dahl, anunciaram seu cancelamento, a uma semana do início do espetáculo. O teatro onde seria realizada a peça fica perto da sede da polícia, que tem seus arredores tomados por confrontos.

"Infelizmente, estas 14 semanas de instabilidade em Hong Kong fizeram despencar a venda de ingressos e, o que é mais importante, não podemos garantir a segurança e a tranquilidade da nossa companhia internacional, formada, em grande parte, por crianças", declarou James Cundall, diretor da Lunchbox Theatrical Productions, produtora do espetáculo.

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