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Estudantes de Hong Kong anunciam greve para pressionar governo

Líderes estudantis de Hong Kong anunciaram nesta quinta-feira (22) uma greve de quase duas semanas, prevista para o início do período universitário, em setembro. O objetivo é reforçar os protestos e manter a pressão sobre o governo local.

Estudantes de Hong Kong fizeram apelo à greve nesta quinta-feira. Foto de domingo, 18 de agosto.
Estudantes de Hong Kong fizeram apelo à greve nesta quinta-feira. Foto de domingo, 18 de agosto. REUTERS/Tyrone Siu
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Os estudantes representam grande parte dos manifestantes que saem às ruas quase diariamente em Hong Kong. Os líderes estudantis de grandes universidades do território semiautônomo convocaram os alunos à greve a partir de 2 de setembro, data prevista para o início das aulas, até 13 de setembro.

Eles ameaçaram intensificar suas ações se o Executivo local não atender a cinco exigências, incluindo a adoção do sufrágio universal, a retirada definitiva do projeto de lei sobre extradições e a abertura de uma investigação independente sobre o uso da força pela polícia de Hong Kong.

"Duas semanas deverão ser suficientes para que o governo atenda a essas demandas", declarou Davin Wong, presidente interino do sindicato de estudantes da Universidade de Hong Kong.

A ex-colônia britânica se tornou palco, desde junho, de manifestações contra um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China continental, onde a justiça está sob influência do Partido Comunista.

O movimento de protesto ganhou força e ampliou rapidamente suas reivindicações, com pedidos por mais democracia em uma cidade onde os jovens enfrentam o aumento do custo de vida e as reduzidas perspectivas de encontrar um emprego.

Carrie Lam aberta ao debate

O anúncio dos líderes estudantis deve surpreender as autoridades. No domingo (18), a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse esperar uma “volta à calma” no território, após uma grande manifestação que terminou sem confrontos.

Além disso, Lam fez um apelo para a abertura do diálogo com os manifestantes. "Eu e minha equipe estamos dispostos a ouvir o que as pessoas têm a dizer", declarou durante uma entrevista coletiva.

Apesar do tom mais conciliador, Carrie Lam continua sem ceder às demandas dos manifestantes. Ela informou que 174 queixas contra a polícia foram registradas desde o início do movimento, em junho. Mas, até agora, o governo de Hong Kong se recusa a abrir uma investigação sobre eventuais abusos das forças de ordem, que utilizaram grandes quantidades de gás lacrimogêneo, além de balas de borracha, para conter os protestos.

O Twitter e o Facebook acusaram Pequim de promover uma intensa campanha de desinformação nas redes sociais para desmoralizar os protestos. Os dois gigantes digitais americanos informaram ter cancelado quase mil contas criadas com esse objetivo.

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