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Linha Direta

Violência diminui em protestos em Hong Kong, mas movimento mantém reivindicações

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Três noites de protestos marcam o décimo primeiro final de semana consecutivo de mobilização civil em Hong Kong. Manifestantes saíram às ruas em massa, mas o padrão de escalada de violência foi quebrado com polícia mais contida e jovens voltando para casa mais cedo. Mesmo assim, a crise política no território chinês parece distante de uma resolução.

Cerca 1,7 million de personnes ont défilé pacifiquement dans les rues de Hong Kong, dimanche 18 août 2019.
Cerca 1,7 million de personnes ont défilé pacifiquement dans les rues de Hong Kong, dimanche 18 août 2019. REUTERS/Tyrone Siu
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Luiza Duarte, correspondente da RFI em Hong Kong

No domingo (18), a principal avenida que corta a ilha de Hong Kong se transformou em um mar de guarda-chuvas. Centenas de milhares de manifestantes desafiaram a chuva e a proibição policial em mais um final de semana de protestos no território chinês.

Cerca de 1,7 milhão de pessoas saíram às ruas, segundo a estimativa dos organizadores. De acordo com os dados da polícia, esse número foi muito menor. De toda forma, é possível dizer que essa foi a maior mobilização do mês de agosto, até o momento. A crise no território chinês parece distante de uma resolução.

Os protestos desse final de semana quebraram o ciclo de escalada de violência. Depois de horas de mobilização pacífica durante o dia, os enfrentamentos entre policiais e manifestantes durante à noite haviam se tornado rotina. As imagens da violência rodaram o mundo e provocaram a fúria de boa parte dos habitantes de Hong Kong, que pedem a abertura de uma investigação independente sobre abuso policial.

No entanto, nos últimos três dias não houve confrontos físicos e o grande protesto de domingo terminou sem que uma granada de gás lacrimogêneo fosse disparada. É uma nova estratégia adotada pelas autoridades. O porta-voz do governo local nessa segunda-feira (19) mudou o tom e, em vez de “condenar” as manifestações que aconteceram sem autorização policial, ressaltou que as marchas foram pacíficas.

O movimento que começou para expressar oposição a lei de extradição diversificou as pautas pela defesa do status de autonomia de Hong Kong. Nas últimas semanas, cresceu a indignação contra a ação da polícia. Chan, 35 anos, afirma que só o governo tem o controle sobre o que vai acontecer com o futuro de Hong Kong. “O povo de Hong Kong realmente quer liberdade. Quer que o governo pare com a violência. O que eu espero é o que todo mundo em Hong Kong espera, que o governo nos escute para aceitar nossas demandas e parar com toda a violência”.

Won, 60 anos, acredita que a comunidade internacional precisa se mobilizar em busca de uma solução para a crise política em Hong Kong. “Eu quero perguntar para o mundo se é razoável que em 2047 uma Hong Kong livre seja entregue para o domínio de um país comunista. Eu não acho que isso é justo. Se o mundo deixar isso acontecer, não é um ato civilizado. O mundo pode permitir isso? Eu não sei qual é a saída.”

Rappers chineses criticam manifestantes

O grupo de rap chinês CD Rev lançou uma música para criticar os manifestações, que, segundo a banda, são resultado de um complô dos acidentais destinado a impor, à força, a democracia no território autônomo. A canção, divulgada na internet pela imprensa ligada ao regime comunista, vem acompanhada de um clipe que mostra as violências durante os protestos na ex-colônia britânica.

O vídeo denuncia a "hipocrisia americana" e mostra o presidente americano, Donald Trump, lembrando que Hong Kong faz parte da China. Outro clipe, transmitido pela TV pública CCTV, alerta para o risco de Hong Kong se transformar em um "paraíso da violência." Esta não é a primeira vez que o poder chinês usa o rap para enviar mensagens políticas à parcela mais jovem da população.

 

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