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religião

Festa simultânea de judeus e muçulmanos é marcada por violência em Israel

Esse domingo (11) marca o início da Festa do Sacrifício, uma das principais datas sagradas dos muçulmanos, que coincide com a celebração judaica do Tisha b'Av. Tensões foram registradas na Esplanada das Mesquitas, em Israel, onde dezenas de pessoas ficaram feridas.

Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, ganhou ares de campo de batalha nesse domingo, dia da Festa do Sacrifício dos muçulmanos e da Tisha b'Av dos judeus.
Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, ganhou ares de campo de batalha nesse domingo, dia da Festa do Sacrifício dos muçulmanos e da Tisha b'Av dos judeus. AHMAD GHARABLI / AFP
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Marine Vlahovic, correspondente da RFI em Jerusalém

A polícia israelense e fiéis palestinos se enfrentaram na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém. O Crescente Vermelho palestino informou que 61 pessoas ficaram feridas, e 15 delas foram hospitalizadas. A polícia israelense relatou que quatro de seus agentes tiveram ferimentos e que sete pessoas foram detidas.

Inicialmente, as forças de segurança bloquearam o acesso dos judeus ao local, para evitar tensões. Diante das críticas, a única porta de entrada foi reaberta. 

Após a oração na mesquita de Al-Aqsa, situada na Esplanada, vários palestinos que celebraram a Aïd al-Adha começaram a cantar palavras de ordem contra a polícia e a lançar objetos na direção dos agentes. Buscando dispersar a multidão, as autoridades recorreram a bombas de efeito moral.

“Estávamos em família, sentados, festejando o Dia do Sacrifício, e a polícia começou a jogar granadas em nossas crianças. Não estávamos fazendo nada. Estávamos apenas nos recolhendo e eles continuaram atacando”, conta uma palestina, em estado de choque.

Chamado de "Nobre Santuário" pelos muçulmanos e "Monte do Templo" pelos judeus, a Esplanada das Mesquitas é o terceiro lugar sagrado do Islã e o maior para os judeus. Encontra-se em Jerusalém Oriental, setor palestino da cidade ocupado e anexado em 1967 por Israel, apesar da rejeição da maioria da comunidade internacional.

Normalmente os judeus estão autorizados a entrar no recinto em horários específicos, mas não podem rezar ali, para evitar a escalada de tensões. Além disso, eles não têm acesso ao local durante as festas muçulmanas. Porém, diante do tumulto nesse domingo, a polícia deixou mais de 1700 judeus entrarem na Espanada.

“O templo é um local de prece para todos. Ele é sagrado para todas as religiões”, defendeu Yehuda Glick, ex-deputado do Likud que milita pela reconstrução do terceiro templo de Jerusalém, e que liderava o grupo de judeus que conseguiu entrar na Esplanada.

A intrusão foi condenada pela Jordânia, que administra o local. Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter decidido autorizar os judeus a entrarem "em consulta com os corpos de segurança".

"A questão não era saber se eles poderiam ir lá, mas de encontrar a melhor maneira para (garantir) a segurança pública e foi o que nós fizemos", declarou o chefe de governo em vídeo publicado no WhatsApp.

Israel considera toda Jerusalém sua capital indivisível, enquanto os palestinos querem que o setor leste seja a capital de seu Estado. Os confrontos nesta parte da cidade são comuns e se acentuam principalmente em datas religiosas.

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