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Famílias e aposentados apoiam revolta da população e invadem ruas de Hong Kong

O movimento de contestação sem precedentes que já dura dois meses em Hong Kong passou a contar neste sábado com o apoio de aposentados e famílias, que saíram em massa às ruas do território. Ao mesmo tempo, centenas de militantes continuam acampados no aeroporto internacional, pelo segundo dia consecutivo.

Famílias de Hong Kong levaram bebês e crianças para participar de manifestações contra o governo neste sábado (10).
Famílias de Hong Kong levaram bebês e crianças para participar de manifestações contra o governo neste sábado (10). VIVEK PRAKASH / AFP
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Com informações de Christophe Paget, enviado especial da RFI a Hong Kong

Uma das principais manifestações deste sábado não foi autorizada pelo governo, mas é realizada em Taï Po, um dos bairros mais novos do território, perto da fronteira com a China. Durante a manhã, um outro protesto reuniu famílias e contou com a participação de pais e mães, empurrando carrinhos de bebê ou carregando crianças.

Depois dos funcionários públicos, no último fim de semana, aposentados também estão apoiando a mobilização e realizaram seu próprio protesto batizado de "cabelos prateados". Centenas de pessoas da terceira idade saíram às ruas para manifestar sua oposição à administração da chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam.

Paralelamente, pelo segundo dia consecutivo, centenas de ativistas seguem ocupando o aeroporto internacional de Hong Kong, com o objetivo de sensibilizar os turistas estrangeiros sobre suas reivindicações. Os militantes pretendem continuar realizando o ato ao menos até domingo (11).

Vestidos de preto - a cor deste movimento que surgiu em 9 de junho - os manifestantes se sentaram no chão na área de desembarque do aeroporto com faixas em chinês e inglês com mensagens condenando a violência policial. "Nós não somos agitadores, isso aqui é uma tirania", gritavam os manifestantes, alguns deles equipados com máscaras e capacetes.

Tormenta econômica

A chefe de governo Carrie Lam, advertiu na sexta-feira (9) que as manifestações pró-democracia dos últimos dois meses estão provocando uma tormenta econômica, mas descartou concessões aos ativistas.

"No que se refere a uma solução política, não acho que tenhamos que fazer concessões para silenciar os manifestantes violentos", declarou Carrie em uma entrevista coletiva convocada após se reunir com líderes empresariais. "A desaceleração desta vez aconteceu muito rápido. Alguém a comparou com um tsunami", afirmou.

O setor privado e a indústria do turismo também manifestaram sua preocupação diante do impacto econômico da crise. A companhia de transportes Cathay Pacific advertiu que as reservas estavam caindo, as agências de viagens registraram quedas de até 50% nas reservas em grupo, e a Junta de Turismo relatou uma redução da ordem de dois dígitos nas chegadas de visitantes na segunda metade de julho. "A recuperação econômica vai levar muito tempo", advertiu Lam.

Exigências dos manifestantes

A demissão de Lam se tornou uma das principais exigências dos manifestantes, que querem escolher seu representante através de eleições diretas. Atualmente, o governo chinês é quem indica o chefe de governo de Hong Kong.

Os protestos tiveram início devido a um polêmico projeto de lei que previa extraditar cidadãos de Hong Kong para a China. A pauta do movimento acabou se ampliando e passou a incluir demandas por mais justiça e democracia.

Reprimidos pela polícia, os militantes também exigem uma investigação independente sobre a violência utilizada para dispersar os protestos. Já a China recomenda a Hong Kong o endurecimento das ações policiais durante as manifestações.

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