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Com principais líderes opositores na prisão, 40 mil pessoas protestam em Moscou

Cerca de 40 mil pessoas se reuniram em Moscou neste sábado (10) para protestar contra a exclusão de candidatos antigoverno das eleições locais de setembro. O evento é considerado um sucesso para a oposição russa, cujos principais líderes estão na prisão.

Cerca de 40 mil pessoas enfrentaram a chuva e participaram da quarta rodada de protestos neste sábado (10), em Moscou.
Cerca de 40 mil pessoas enfrentaram a chuva e participaram da quarta rodada de protestos neste sábado (10), em Moscou. REUTERS/Tatyana Makeyeva
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"Às 15h00, 40 mil pessoas", publicou a ONG White Counter, especializada em contagem de manifestantes, em sua página no Facebook. O protesto é considerado como o mais importante em vários anos na capital russa. Ele exige eleições livres para o parlamento municipal. A votação está prevista para ser realizada em 9 de setembro, depois que a comissão eleitoral invalidou diversas candidaturas de opositores ao governo.

Uma das únicas lideranças da oposição que ainda estava em liberdade, a advogada Lioubov Sobol, foi detida no início da manifestação neste sábado. A polícia justificou a prisão alegando que a militante e outros ativistas previam realizar "provocações" durante o ato.

"Não poderei ir ao protesto. Mas vocês sabem o que fazer sem mim. A Rússia será livre", afirmou a advogada.

Outro líder ícone da oposição, Alexei Navalny, está preso desde o final de julho, segundo as autoridades, por incentivar as pessoas a irem a um protesto não autorizado. A Justiça russa congelou, na última quinta-feira (8), as contas de sua ONG e de seus colaboradores. Navalny é acusado pelo Kremlin de lavagem de dinheiro.

A equipe de Navalny convocou a população a participar de uma outra marcha em Moscou, após a manifestação oficial. No entanto, a polícia preveniu que, se esse cortejo não autorizado acontecesse, seria "finalizado imediatamente".

Manifestação autorizada

As autoridades municipais autorizaram a realização do protesto deste sábado, diferentemente do ato do último fim de semana, que terminou com a prisão de 1.400 pessoas, muitas sob fortes violências. Debaixo da chuva, participantes foram revistados pelas forças de ordem, sob forte segurança policial.

Pacíficos, os militantes exibiram cartazes com mensagens como "Deem-nos o direito de votar" ou "Vocês já mentiram demais". Muitos levaram a bandeira do país ou fotos dos ativistas presos.

"Estou chocada com essa injustiça em todas as instâncias. Não deixaram os candidatos que reuniram todas as assinaturas necessárias se candidatarem. Prenderam pessoas que protestam pacificamente", declarou Irina Dargolts, uma engenheira de 60 anos.

"Tenho a impressão de que o país é prisioneiro e os cidadãos são reféns. Ninguém nos representa", afirma Dmitri Khobbotovski, membro do movimento "Rússia aberta".

Quarto fim de semana de manifestação

Essa é a quarta rodada de uma mobilização que não se via há anos no país. As últimas grandes manifestações aconteceram entre 2011 e 2013, quando opositores ao presidente russo, Vladimir Putin, ocuparam as ruas para denunciar fraude eleitorial.

Paralelamente, as autoridades tentam desencorajar os jovens moscovitas a protestarem. Como no último fim de semana, a prefeitura realiza  um festival gratuito de música em um parque da capital russa.

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