Milhares voltam a protestar em Hong Kong apesar da repressão policial
Milhares de manifestantes pró-democracia se reuniram novamente neste domingo (28) em Hong Kong, 24 horas depois de confrontos com a polícia. A mobilização parada foi permitida, mas começou a se movimentar rapidamente. A tropa de choque dispersou os manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha.
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Zhifan Liu, correspondente da RFI em Hong Kong
A única manifestação autorizada pelas autoridades neste domingo (28) seria realizada no Charter Garden, no distrito central de Hong Kong, a apenas alguns passos do centro político. As autoridades, no entanto, permitiram apenas uma reunião estática, proibindo a marcha desejada pela oposição.
Uma proibição que não durou muito, porque parte da multidão presente no Charter Garden se movimentou rapidamente e se dividiu em vários grupos. Alguns manifestantes foram à delegacia e outros ao distrito de lojas de departamentos em Causeway Bay.
Mas também em Sai Ying Pun, onde fica o Escritório de Ligação de Pequim em Hong Kong: o símbolo do poder chinês no arquipélago. Os manifestantes se dão conta neste momento que o confronto com a polícia seria iminente.
"Velho"
"Eu sou velho, tenho 26 anos, a maioria das pessoas na linha de frente tem menos de 20 anos, eu não quero ver isso, porque eu sou o irmão mais velho deles, eu tenho que protegê-los. Eles atiram balas de borracha, gás lacrimogêneo, eles batem nossas cabeças, mas não temos armas conosco. Nós só temos guarda-chuvas e guarda-chuvas não são armas", disse um manifestante.
A noite ainda não havia caído e a polícia já tinha disparado dezenas de bombas de gás lacrimogêneo, forçando os manifestantes a se reagruparem e causando muitos danos nas fileiras.
"Temos muitas vítimas de gás lacrimogêneo, outras com hiper-ventilação ou com asma, por isso temos que tratá-las o mais rápido possível. Já vimos muitos manifestantes que foram espancados e tratados violentamente pela polícia, é nosso dever salvar vidas ", testemunhou um voluntário.
No decorrer da noite, a polícia ganhou terreno e os manifestantes tiveram que recuar em grossas nuvens de fumaça.
Essas manifestações começaram há quase dois meses para protestar contra uma lei de extradição para a China. Uma maneira de dizer "não" à crescente influência de Pequim sobre a antiga colônia britânica.
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