Presidente do Parlamento da Geórgia renuncia pressionado por manifestações e confrontos no país
A demissão do presidente do parlamento da Geórgia, Irakli Kobakhidze, nesta sexta-feira (21), acontece após uma grande manifestação na capital Tbilisi, que terminou em confronto com a polícia. Na noite de quinta-feira (20), milhares de pessoas tentaram invadir o Parlamento do país, exigindo a demissão de Kobakhidze, acusado de laxismo com a Rússia.
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A polícia da Geórgia dispersou com gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha os cerca de 10.000 manifestantes que tentaram invadir o Parlamento, na capital Tbilisi. Os confrontos violentos deixaram 240 feridos – 160 manifestantes e 80 policiais -, informaram fontes do ministério da Saúde georgiano.
A revolta foi provocada pela visita de um deputado russo, Serguei Gavrilov, que discursou no Parlamento. Ele participou no local de uma assembleia anual interparlamentar ortodoxa e ocupou a tribuna reservada ao presidente da casa.
Os manifestantes, que consideram a Rússia um país invasor, exigiam a renúncia imediata de Irakli Kobakhidze que acabou pedindo demissão. Mas a decião não deve acabar com os protestos.
A oposição, que já havia convocado novas manifestações para a noite desta sexta-feira, mantém o ato. Além da saída do presidente do Parlamento, os partidos de oposição também exigem a renúncia do ministro do Interior e eleições legislativas antecipadas.
Relações diplomáticas cortadas
Moscou e Tbilisi cortaram as relações diplomáticas em 2008, após um conflito armado entre os dois países que terminou com a anexação de 20% do território georgiano pela Rússia.
O Kremlin reagiu, denunciado as manifestações como "uma provocação russofóbica". O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, condenou os protestos em Tbilisi e se disse preocupado sobre a segurança de turistas russos que visitam frequentemente a Geórgia.
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