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EUA/China

Aéreas chinesas cobram indenizações da Boeing pelo 737 MAX 8

As três maiores companhias aéreas chinesas, entre elas a estatal Air China, entraram com pedidos de indenizações contra a Boeing pelos atrasos na entrega e pela interrupção do uso da frota aviões 737 MAX 8 após dois grandes acidentes. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (22) pela imprensa. O pedido acontece em um momento de escalada na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e pode beneficiar a União Europeia, diz o correspondente da RFI em Pequim.

Um boeing 737 MAX 8 na usina do grupo americano de Rento, no estado de Washington.
Um boeing 737 MAX 8 na usina do grupo americano de Rento, no estado de Washington. REUTERS/Matt Mills McKnight/File Photo
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As aéreas chinesas foram as primeiras a imobilizar seus Boeing 737 MAX 8, desde 11 de março, na expectativa das investigações sobre as tragédias envolvendo o modelo. Mais de dois meses depois, os custos pela imobilização provocaram prejuízos para China Southern Airlines, China Eastern Airlines e Air China, que cobram uma compensação ao grupo americano.

A China Southern é a maior companhia aérea da Ásia pelo tamanho da frota, a China Eastern é a número dois do país. Os valores pedidos não foram revelados, mas esta queixa representa um novo golpe para a Boeing. O grupo americano tem dificuldades em restabelecer a confiança de seus clientes, principalmente na China que possui uma frota de 96 aviões do modelo apontado como pouco seguro.

O mercado chinês é crucial para o 737 MAX 8, lembra o correspondente da RFI em Pequim, Stéphane Lagarde. A linha final de montagem do modelo deveria ser realizada na fábrica da Boeing de Zoushan, que foi inaugurada neste ano no leste da China. Depois de duas tragédias aéreas, o grupo americano suspendeu a produção e não consegue honrar suas encomendas.

Acidentes

O primeiro acidente aconteceu em outubro do ano passado, quando um 737 MAX 8 da Lion Air caiu na costa da Indonésia pouco depois da decolagem em Jacarta, provocando a morte das 189 pessoas que estavam a bordo. O segundo ocorreu em 10 de março. O avião da Ethiopian Airlines caiu poucos minutos depois de decolar em Adis Abeba, matando 157 pessoas.

A Boeing reconheceu no último sábado (18) que precisa corrigir falhas do software de simulação de voo utilizado para treinar os pilotos do MAX 737 8. Esta foi a primeira vez que o grupo admitiu a existência de falhas de segurança desde os acidentes.

Guerra comercial

O pedido de indenização das aéreas chinesas a Boeing acontece em plena escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim. Quem pode se beneficiar com isso é o bloco europeu, informa o correspondente da RFI.

Um dos porta-vozes da diplomacia chinesa, Lu Kang, lembrou que “China e União Europeia assinaram ontem (21) um acordo de cooperação no setor da aviação civil”. Ele ressaltou que os problemas das aéreas chinesas com o grupo americano podem contribuir para “reforçar a parceria global sino-europeia.”

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