Vítimas da política da esterilização forçada no Japão serão indenizadas
Milhares de japoneses que foram submetidos à esterilização forçada entre 1949 e 1996 serão indenizados pelo governo. A medida entrará em vigor após a aprovação histórica de uma lei nesta quarta-feira (24) pelo parlamento do país.
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De acordo com as estatísticas oficiais, cerca de 16,5 mil adolescentes japoneses com deficiências mentais hereditárias passaram por intervenções cirúrgicas obrigatórias para que impedir que pudessem ter filhos. A medida era prevista por uma lei instaurada em 1949 e que permaneceu em funcionamento até 1996.
A polêmica política eugenista do Japão voltou à tona no ano passado, depois que a denúncia de uma vítima, uma mulher sexagenária, ganhou forte repercussão no país. Depois dela, dezenas de japoneses acionaram a justiça.
Indenização prevista por lei é considerada insuficiente
A indenização prevista pela lei aprovada nesta quarta-feira é de 3,2 milhões de yens (cerca de R$ 110 mil), considerada "irrisória" pelos militantes da causa.
Em um comunicado, advogados das vítimas comemoram a aprovação da lei, mas reclamam do valor do montante. "É insuficiente e não traz uma verdadeira solução ao problema", afirmam. Na justiça, eles exigem uma indenização de 38 milhões de yens (equivalente a cerca de R$ 1,3 milhão).
Após o aval do parlamento à medida, o primeiro-ministo japonês, Shinzo Abe, pediu "profundas desculpas" às vítimas por parte do governo. O premiê não fez nenhum comentário, no entanto, sobre o valor da indenização.
Já o ministro japonês da Saúde, Takumi Nemoto, afirmou que a compensação será rapidamente repassada às vítimas. A maioria delas é idosa e tem deficiências físicas e mentais.
Antes do Japão, a Alemanha e a Suécia, que também tiveram políticas eugenistas, modificaram a legislação e indenizaram as vítimas.
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