EUA tentam sufocar Teerã dificultando a compra de petróleo iraniano
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (22) que não renovarão as isenções para a compra de petróleo iraniano. A medida, que tenta impedir que outros países negociem com a República Islâmica, tem como objetivo sufocar economicamente Teerã, seu principal inimigo no Oriente Médio.
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Os Estados Unidos haviam concedido isenções por seis meses a oito governos de suas sanções unilaterais contra Teerã. Mas a partir de 1° de maio, China, Índia, Turquia, Coreia do Sul, Taiwan, Itália e Grécia correm o risco de serem sancionados por Washington se continuarem o comércio de petróleo com a República Islâmica. "Esta decisão visa zerar as exportações de petróleo do Irã, privar o regime de sua principal fonte de renda", declarou oficialmente a Casa Branca.
Gregos, italianos, japoneses, sul-coreanos e taiwaneses já vinham reduzindo suas compras de petróleo iraniano. Mas a Índia, que tem boas relações com os norte-americanos, não concorda com a medida e contesta a insistência dos Estados Unidos em apontar o Irã como uma ameaça. Do lado da China, a decisão pode piorar as tensões já palpáveis entre Pequim e Washington.
O presidente Donald Trump aumentou a pressão sobre o Irã desde que, em 2018, ele abandonou o acordo nuclear assinado entre a comunidade internacional e a República Islâmica, três anos antes. Sua retirada unilateral levou ao restabelecimento das sanções de Washington contra Teerã, algo que recebeu o apoio da Arábia Saudita e Israel.
Governo israelense saudou a decisão de Washington
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou a decisão dos Estados Unidos nessa segunda-feira "de suma importância para reforçar a pressão sobre o regime terrorista iraniano".
Em reação imediata, a Arábia Saudita disse que está disposta a contribuir para equilibrar o mercado de petróleo após a decisão de Washington. "Riad continua comprometida com sua política consistente de estabilizar o mercado", disse o ministro da Energia saudita, Khaled al-Falih.
O ministério iraniano das Relações Exteriores disse que as sanções eram "ilegais" desde o início. O Irã obteve US$ 52,7 bilhões com exportações de petróleo em 2017, antes de Washington retomar as sanções, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Especialistas preveem que será muito difícil para as exportações iranianas chegar a zero, já que sempre haverá um mercado negro.
Após o anúncio da Casa Branca, o preço do petróleo continuou a subir em Nova York e Londres.
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