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Argélia

Estudantes comemoram renúncia de presidente do Conselho Constitucional da Argélia

Universitários argelinos saiu às ruas nesta terça-feira (16) para comemorar a renúncia do presidente do Conselho Constitucional, Tayeb Belaiz, uma das principais figuras do governo. Há duas semanas, a pressão popular obteve a primeira importante vitória: a demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika.

Estudantes comemoram renúncia do presidente do Conselho Constitucional, Tayeb Belaiz, nas ruas de Argel. 16/04/19
Estudantes comemoram renúncia do presidente do Conselho Constitucional, Tayeb Belaiz, nas ruas de Argel. 16/04/19 REUTERS/Ramzi Boudina
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Belaiz, de 70 anos, informou sua renúncia do Conselho Constitucional na manhã desta terça-feira. A demissão também foi apresentada ao governo interino.

Liderando o Conselho Constitucional, Belaiz fazia parte dos "3B" que a população argelina exige a renúncia. Além dele, integram o contestado grupo o presidente interino Abdelkader Bensalah, e o primeiro-ministro Nureddin Bedui.

"Agora é a vez de Bensalah!", gritaram milhares de estudantes reunidos na capital Argel. Militantes também saíram às ruas de outras grandes cidades do país, como Constantine, Annaba e Bejaia. Para eles, a permanência da velha guarda da política argelina não permitirá um processo transparente de transição de poder.

O Conselho Constitucional é responsável por, entre outras atribuições, validar as candidaturas nas eleições e supervisionar as votações. O órgão teria um importante papel nas presidenciais previstas para o próximo 4 de julho.

A renúncia de Belaiz acontece no primeiro dia de uma revisão excepcional das listas eleitorais, processo que deve durar uma semana. Vários juízes e prefeitos indicaram estar boicotando a supervisão desta etapa importante para a realização das eleições, devido à presença de Belaiz na liderança do Conselho Constitucional.

Fiel a Buteflika

Tayeb Belaiz é célebre na Argélia por ser uma personalidade leal ao ex-presidente Abdelaziz Bouteflika - que renunciou em 2 de abril por pressão do exército e das manifestações que tomaram as ruas desde 22 de fevereiro. Ex-magistrado, foi nomeado em 10 de fevereiro para liderar Conselho Constitucional por Bouteflika, em substituição ao falecido Murad Medelci.

Belaiz já havia comandado o Conselho Constitucional de março de 2012 a setembro de 2013. Também foi ministro de modo quase ininterrupto por 16 anos.

Greve em universidades

Desde o início de abril, várias universidades argelinas fecharam suas portas, exigindo a renúncia de todo o regime no poder. "Vamos terminar o que começamos", diz Linda, de 20 anos, estudante de Comunicação em uma das maiores instituições de ensino superior da Argélia, a USTHB.

Segundo a estudante de Medicina Mira Laifa, de 20 anos, o movimento vai resistir até que o período de transição seja dirigido por personalidades que não sejam corruptas. Entre as exigências, está a participação no processo de políticos que não tenham feito parte do governo de Buteflika. Cerca de dez universidades aderem à greve até o momento.

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