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Demissão/Bouteflika

Estudantes argelinos vão às ruas para pedir demissão imediata de Bouteflika

Centenas de estudantes argelinos foram às ruas da capital Argel nesta terça-feira (2) para pedir em manifestação a demissão imediata do presidente Abdelaziz Bouteflika e mudança do regime político.

Estudantes voltam às ruas de Argel para pedir saída de Bouteflika.
Estudantes voltam às ruas de Argel para pedir saída de Bouteflika. RFI/Léa-Lisa Westerhoff
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Na segunda-feira (1), a presidência anunciou que o chefe de Estado deixaria o cargo antes do final de seu mandato, que termina no dia 28 de abril. Os dirigentes do movimento de contestação que agita o país desde 22 de fevereiro não reagiram por enquanto ao anúncio.

Mas os manifestantes reunidos no centro de Argel não parecem dispostos a relaxar a pressão para obter o fim do “sistema”. “Queremos uma mudança de regime!” e “Não queremos Bouteflika nem Said [seu irmão e conselheiro]” eram algumas das frases entoadas pela multidão.

As redes sociais também ficaram agitadas com o comunicado da presidência, indicando que “importantes medidas para assegurar o funcionamento das instituições do Estado durante a transição” seriam tomadas, sem indicar outras precisões.

Ceticismo e pressa

No Twitter, as mensagens são céticas. “28 de abril? Antes um 28 invertido, ele esperou 82 anos para pedir demissão”, escreve um internauta. “Temos pressa em reconstruir o país que ele e seu poder mafioso destruíram”, diz outro. Um tuíte mais virulento denuncia um enésimo golpe “contra o povo”.  

Bouteflika, de 82 anos, bastante enfraquecido por um derrame que sofreu há seis anos, dirige o país há 20 anos. Os protestos começaram em 22 de fevereiro após o anúncio da candidatura de Buteflika para um quinto mandato na eleição presidencial em 18 de abril.

Desde então, um movimento de protestos sem precedentes pede sua renúncia e a de seu gabinete, além de que o "sistema" no poder seja completamente mudado.

Bouteflika esteve muito isolado nos últimos dias depois de perder vários aliados, entre eles o chefe do Estado-Maior do Exército, general Ahmed Gaïd Salah, que para tentar apaziguar a oposição popular, propôs a aplicação de um artigo da Constituição argelina para organizar o vácuo de poder em caso de renúncia do chefe de Estado ou de incapacidade.

Transição

De acordo com a Constituição, uma vez formalizada sua renúncia, é o presidente do Conselho da Nação, a Câmara alta do Parlamento, que preenche essa lacuna por um período máximo de 90 dias, durante o qual é preciso organizar uma eleição presidencial.

Bouteflika havia nomeado um novo governo com a esperança de desativar o movimento popular. Mas centenas de pessoas se manifestaram no domingo à noite após o anúncio, que não responde ao rejuvenescimento anunciado e cujas lideranças são principalmente funcionários do alto escalão.

  

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