Fukushima: 8 anos depois, a vida dos japoneses continua difícil
O Japão lembra nesta segunda-feira (11) os oito anos da catástrofe de Fukushima, que deixou mais de 15 mil mortos e cerca de 2 mil desaparecidos. Depois de um terremoto seguido de um tsunami, três dos seis reatores da usina nuclear da empresa Tepco derreteram, levando a uma das maiores catástrofes da história do país.
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Em Tóquio, o governo organizou uma homenagem nacional às vítimas. Às 14h46 (05h46 de Brasília), quando ocorreu o terremoto de magnitude 9 graus na escala Richter, foi observado um minuto de silêncio. A cerimônia teve a presença do príncipe Akishino, filho mais novo do imperador Akihito, e sua esposa Kiko, ambos representantes do casal imperial. O primeiro-ministro Shinzo Abe e outros membros do governo parentes das vítimas e representantes das autoridades locais, participaram desta cerimônia oficial, que acontece todos os anos, desde 2012.
"Kit de sobrevivência"
O drama de Fukushima, relata Bruno Duval, correspondente da RFI em Tóquio, tornou os japoneses ainda mais atentos ao risco de catástrofes naturais e impactou o dia a dia da população. Segundo ele, muitos japoneses tem à disposição um kit de sobrevivência. “Na minha mochila, tem um rádio, pilhas e uma lâmpada”, disse uma dona de casa. Os equipamentos, declarou, é caso ela tenha que deixar sua região com urgência. “Talvez eu não tenha tempo de fugir. Nesse caso, ficarei em casa e rezarei para que meu destino decida minha sorte”, completa.
Outras pessoas estocam alimentos e objetos em casa, como contou um morador de Fukushima. “Na minha casa, sempre tem água e comida suficiente para que eu possa sobreviver durante uma semana se não tiver mais nada para comprar em uma loja depois de um terremoto”, declarou. Em oito anos, o número de pessoas que recorreram a um seguro em caso de terremotos como o que ocorreu em Fukushima não parou de crescer. Mas a realidade é que muitos prédios públicos não resistiriam a um novo tremor dessa intensidade.
Ministério da Educação autoriza celulares nas escolas
As escolas, seguindo uma orientação do Ministério da Educação, a partir de agora também vão autorizar as crianças a trazer seu celular para o estabelecimento. “É o mínimo que se pode fazer”, diz um pai de família. “Depois de uma catástrofe, quero ter a possibilidade de ligar para minha filha logo em seguida para me assegurar que ela está bem”, diz. De acordo com os especialistas, há 80% de probabilidade que, nos próximos trinta anos, um terremoto possa devastar uma grande parte da costa leste do país.
(Com colaboração de Bruno Duval, correspondente da RFI em Tóquio)
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