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Dezenas de países apelam à ONU por solução para caso Kashoggi

Trinta e seis países lançaram um apelo à ONU nesta quinta-feira (7) para exigir da Arábia Saudita uma investigação "rápida e completa" sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, a fim de levar os responsáveis ​​a julgamento.

Assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido em 2 de outubro no consulado de seu país em Istambul, é assunto no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, ocorrido em 2 de outubro no consulado de seu país em Istambul, é assunto no Conselho de Direitos Humanos da ONU. REUTERS/Osman Orsal
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"Condenamos veementemente o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que a Arábia Saudita confirmou ter ocorrido em seu consulado em Istambul", disse o embaixador islandês Harald Aspelund em seu discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Investigações precisam ser rápidas, eficazes e completas, independentes e imparciais, transparentes e responsáveis", completou, em nome das 36 nações, incluindo países europeus, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

O representante saudita no Conselho, Abdulaziz Alwasil, condenou a exploração do fórum de debates por alguns países que, segundo ele, usam discursos coletivos para causas políticas. "Interferência com assuntos internos em nome da defesa dos direitos humanos é um ataque à nossa soberania", disse.

O assassinato do colaborador do jornal Washington Post, Jamal Khashoggi, ocorrido em 2 de outubro de 2018, cujo corpo ainda não foi encontrado, provocou indignação no mundo inteiro e prejudicou profundamente a imagem da Arábia Saudita e, em particular, do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Na apresentação de seu relatório anual na quarta-feira (6), a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, falou sobre detenções arbitrárias de mulheres que defendem os direitos humanos na Arábia Saudita, mas não fez menção ao assassinato do editorialista, crítico feroz do príncipe herdeiro saudita.

Durante os debates da ONU, os países têm a oportunidade de falar sobre os tópicos que desejam. Segundo a ONG Human Rights Watch, esta é a primeira vez que um grupo de nações decide fazer uma declaração conjunta sobre os direitos humanos na Arábia Saudita perante o Conselho de Direitos Humanos.

O embaixador islandês pediu à Arábia Saudita que "divulgue todas as informações disponíveis e que coopere plenamente com as investigações sobre o assassinato, incluindo a apuração da Relatora Especial da ONU sobre execuções extrajudiciais", Agnès Callamard.

Ao retornar de uma missão à Turquia para esclarecer o assassinato, Callamard enfatizou, em 7 de fevereiro, que o "assassinato" de Khashoggi havia sido "planejado e perpetrado por representantes do Estado da Arábia Saudita".

Riade, contudo, justificou a morte por circunstâncias "incontroláveis". O julgamento de 11 suspeitos foi aberto no início de janeiro na Arábia Saudita e o Procurador-Geral solicitou a pena de morte contra cinco deles.

"As circunstâncias" da morte de Khashoggi "reafirmam a necessidade de proteger os jornalistas e defender o direito à liberdade de expressão em todo o mundo", concluiu na sessão da ONU o embaixador islandês, Harald Aspelund.

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